Jornal A TARDE || Edição Digital - page 2

OPINIÃO
SALVADOR
QUARTA-FEIRA
1/4/2020
A2
Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.
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Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
ACM Neto tomou
muitas medidas certas
contra aglomerações,
porém está sendo
incoerente quando
impede o acesso às
agências bancárias
dos shoppings
ESPAÇO DO LEITOR
POUCAS & BOAS
.
Estudantes do curso técnico em quí-
mica do Centro Estadual de Educação
Profissional (Ceep) em Gestão e Tecno-
logia da InformaçãoÁlvaroMelo Vieira,
em Ilhéus, produziram 230 litros de sa-
bão líquido concentradoque foramdoa-
dos aoHospital Regional Costa doCacau
e ao Grupamento de Bombeiros. Com
óleo de cozinha usado e doado por mo-
radores, bareserestaurantes, osabãofoi
produzido na fábrica da unidade esco-
lar, instalada no ano passado. A ini-
ciativa, encabeçada pelo professor Joil-
son Sampaio, visa colaborar com a pre-
venção ao novo coronavírus e incentiva
aparticipaçãodosalunosnestacruzada,
alémde evitar odescarte inadequadodo
óleo na natureza.
.
Em Feira de Santana a pandemia da
Covid-19 motivou a suspensão tempo-
ráriada transferênciadosambulantesda
região central da cidade para onovoCen-
tro Comercial Popular. De acordo com
informações da Secretaria de Trabalho,
Turismo e Desenvolvimento Econômico,
a medida atende às recomendações de
prevenção e combate à doença.
MIRIAM HERMES E REDAÇÃO
Aconteceu ontem um debate, transmitido
ao vivo pela internet, entre empresários e
liderançaspolíticasparadiscutir as açõesdo
governo no combate à pandemia do novo
coronavírus no estado.
A reunião teve como destaque a presença
do presidente do grupo de empresários do
Lide Bahia, Mário Dantas, que revelou o
contentamento da associação com a união
das ações contra o coronavírus.
–Estamossatisfeitosdeveroexemploque
o estadodaBahia e a prefeitura estãodando,
tratando a questão como técnica e científica
– disse Dantas.
O presidente do Grupo Lide revelou a
ansiedade dos empresários para retomar as
atividades,masconsiderounecessáriooiso-
lamento agora porque, segundo ele, a prio-
ridade absoluta deve ser a preservação de
vidas.
GOVERNO FEDERAL –
Para Dantas, o go-
verno federal pode ajudar com a emissão de
dívidas e capacidade de expansão mone-
tária. O dirigente se disse feliz com a ini-
ciativa anunciada pelo ministro da Econo-
miadogovernoBolsonaro, PauloGuedes, em
liberarentreR$700milhõeseR$800bilhões
do PIB para o enfrentamento do problema.
O empresáriomanteve o tompositivo até
entristecer-se por lembrar da atuação de
“maus empresários, aumentando sem ra-
zoabilidade os preços” de produtos neces-
sários, como álcool em gel, álcool a 70% e
máscaras para evitar o contágio.
Além de Dantas, esteve no encontro o
secretário estadual de Saúde, Fábio Vi-
las-Boas, que relatou os cuidados do go-
verno baiano na preparação das equipes a
fimde evitarmaiores danos, caso a curva de
expansão do gráfico da pandemia alcance
um desenho mais alterado neste mês de
abril.
“Muitos governos terão
que responder por
seus erros e sua
complacência [com o
coronavírus]. O
desempenho de
Bolsonaro está em
uma categoria única”
THE GUARDIAN, jornal britânico, em editorial ontem
com o título “The Guardian View on Bolsonaro: a danger
to brazilians” (“A visão do The Guardian sobre
Bolsonaro: um perigo para os brasileiros”)
Redução de receita no TJ-BA
O presidente do Tribunal de Justiça do Estado
daBahia, desembargador Lourival Trindade, e
dirigentes de sindicatos do setor judiciário se
reuniram para debater respostas à queda de
receita anual a corte capaz de alcançar R$ 200
milhões, graças à pandemia do coronavírus.
Na reunião, gráficos e números foram apre-
sentados pela equipe de secretários do tri-
bunal a fim de conferir os efeitos da redução
de 75% da arrecadação nos cofres do Poder
Judiciário baiano. A previsão inicial da Se-
cretaria de Planejamento do TJ-BA é de queda
da receita anual da ordemde R$ 200milhões,
o que pode resultar emcomprometimento de
contratos, terceirizados e verbas pagas a ser-
vidores e magistrados.
Empresários e
políticos em debate
Rafael Martins / Ag. A TARDE
CUIDADO |
Amor deve se basear, entre tantas outras coisas, em cuidado. Em tempos
bicudos como estes de isolamento, isso se acirra: estar perto pode significar a
contaminação de um ente querido, amigos, parceiros ou de si mesmo. Vigiemos!
Inimigo público nº 1
Por discordar do isolamento social aconselha-
do pela OMS e pelo Ministério da Saúde, o
presidenteBolsonaroviroumanchetenomun-
do. O jornal LaNacion, da Argentina, publicou:
“El gabinete del ódio, el cuerpo (conselheiros)
de Bolsonaro en la crisis por la pandemia”,
ressaltando que o gabinete de ódio é liderado
por Carlos Bolsonaro. A revista The Economist
criticou e chamou Bolsonaro de Bolsonero,
uma alusão ao imperador que incendiou Ro-
ma. O New York Times disse que as medidas
econômicas de austeridade põem em risco a
luta contra o coronavírus. Os maiores líderes
mundiais condenarama atitudedopresidente
brasileiro. Por discordar de Luiz Mandetta, as
coletivas passarão a ser feitas no Palácio do
Planalto, sob monitoramento. Jair Bolsonaro é
candidato a ser o inimigo público nº 1.
TIAGO
MELLO,
Lembrete a ACM Neto
O prefeito ACM Neto tomou muitas me-
didas certas para evitar aglomerações, po-
rém está sendo contraditório e incoerente
quando impede o acesso às agências ban-
cárias localizadas nos shoppings. Talvez o
prefeitodesconheçaqueno Itaigara todasas
agências do Banco do Brasil e Caixa Eco-
nômica estão nos shoppings. Em conse-
quência dessa medida, os clientes vão se
concentrar em outras agências desses es-
tabelecimentos que ficam na Av. Manoel
Dias, oque implicaaumentaraaglomeração
e o contágio com o coronavírus. Talvez o
prefeito tenha esquecido que aposentados
e pensionistas do INSS, bem como servi-
dores públicos, recebem seus pagamentos
nas agências bancárias e que não muitos
clientes não têm acesso aos canais digitais
das operações bancárias.
ANA MARIA DE
CASTRO OLIVEIRA,
ANAMACASTRO13@
BOL.COM.BR
Dia da Mentira
Muitos esqueceram das peripécias da in-
Prevenção entre presos
O Ministério Público estadual recomendou
àSecretariadeAdministraçãoPenitenciária
e Ressocialização do Estado da Bahia (Seap)
a adoção de medidas para prevenir a dis-
seminação do coronavírus no sistema pri-
sional do estado. Entre as recomendações a
de que em todas as unidades prisionais seja
feitaumabuscaativapara localizar internos
com sintomas de coronavírus, separando,
isolando e testando esses detentos, noti-
ficando o MP, o Judiciário e as autoridades
de saúde.
Andrea Marnine
Relações-públicas com MBA em Gestão de
Pessoas, MBA em marketing estratégico (em
curso), idealizadora da Marcô Coletivo de
Comunicação
Pessoas, comunicação e organizações: há como separar?
E
m um contexto que passa por cons-
tantes transformações possibilitadas
por questões como crise financeira
(hoje agravada pela pandemia do Corona-
vírus), atuais arranjos de mercado, era di-
gital, novo perfil de colaboradores e em-
preendedorismo, a visão acerca das orga-
nizações também vem mudando. Isso se dá,
especialmente, através de pressões merca-
dológicas e sociais. As empresas meramente
comerciais ou preocupadas apenas com os
seus “clientes finais” estão começando a dar
lugar à percepção de que são formadas por
pessoas. Parece óbvio? Se assim o fosse, esse
não seria tema de discussão, principalmen-
te, quando, em meio à Covid-19, há quem
coloque em dois polos: manter as empresas
funcionando presencialmente (serviços não
essenciais) X “quebrar”. Para essas empresas
a vida importa?
Diante disso, destaca-se também o po-
der e a responsabilidade da comunicação.
Se as organizações são feitas por pessoas
e para pessoas, é seu dever trabalhar de
forma responsável para a construção de
uma vida organizacional melhor e de
uma sociedade melhor. A sociedade, por
sua vez, de posse de mais conhecimento
e difusão desse, vem apoiando a exis-
tência mais organizações socialmente
responsáveis.
A comunicação não pode ficar alheia a
todas essas transformações. É através dela
que se abre espaço para a participação e
para o engajamento dos públicos, para o
fortalecimento da imagem institucional,
para a construção da reputação e, final-
mente, em um sentido macro, para a mu-
dança que se espera do mundo e dos
negócios. Portanto, é papel da comuni-
cação tornar as organizações mais pró-
ximas da sociedade, informar, transmitir
e torná-las mais socialmente saudáveis.
Quantas não têm usado a sua influência
para tentar conscientizar trabalhadores e
população em geral a respeito da atual
necessidade de distanciamento social? Ci-
dadania e comunicação são vias de mão
dupla: direitos e deveres, emissores e re-
ceptores, ação e reação, troca e diálogo.
Há como separar pessoas, responsabili-
dade social, cidadania, mundo, comunica-
ção e organizações? Aqui não se fala em
conceitos “românticos”, porém imprescin-
díveis, da gestão de pessoas e da comu-
nicação social, mas também em produti-
vidade, adaptação, resultados, crescimento,
reconhecimento de marca e cooperação.
Ainda que os gestores se preocupem com os
lucros (e devem permanecer nessa busca
para que empregos sejam mantidos e opor-
tunidades de trabalho sejam criadas), cabe
também aos comunicólogos, enquanto pro-
fissionais e cidadãos, alertá-los quanto à
necessidade de uma sociedade melhor e
agir estrategicamente para possibilitar que
isso se torne realidade.
Que possibilitemos voz, participação,
pertencimento, melhorias sociais e reco-
nhecimento real das pessoas.
Se as organizações são
feitas por pessoas e
para pessoas, é seu
dever trabalhar de
forma responsável
fância, do 1º de abril que brincávamos com
amiguinhos, queacordávamosenossospais
nos chamavam a atenção por alguma coisa
e depois nos diziam: 1º de abril! Ah! Quantas
brincadeiras sadias vivíamos! Em meio a
essa pandemia que atravessamos, garanto
que poucos lembram do dia de hoje e nem
sequer sabem o porquê do Dia da Mentira.
Conta-se que esta data tornou-se cultural e
mundial para muitos que em cada local
seria: diadasmentiras, diados tolos, dagafe,
dos bobos, e eu ainda acrescentaria dia do
fake. Era um dia lembrado por todos os
países do mundo europeus e ocidentais. A
brincadeira do 1º de abril teve origem na
França, desde o começo do século XVI, o ano
novo era festejado em 25 de março que
marcava a chegada da primavera, as festas
duravam uma semana até o dia 1º de abril.
Em 1564, o rei Carlos IX denominou que o
ano novo seria 1º de janeiro. Alguns re-
sistiram ao calendário antigo pelo qual se
inicia em 1º de abril. Daí os gozadores pas-
saram a ridicularizá-los a enviar presentes
esquisitos e convites de festas que não exis-
tiram. Comeste contratempo, começarama
respeitar o 1º de abril como o “Dia da Men-
tira”. Iniciou-se no Brasil em Minas Gerais,
circulando a morte de D. Pedro, 1º de abril
de 1828, desmentida no dia seguinte. Se-
gundo a tradição, todos admitiram o 1º de
abril, respeitando a data, comoumdiamen-
tiroso, inclusive os demais brasileiros de
outros estados sempre lembraramdesta da-
ta que ficou marcante com brincadeiras sa-
dias, porém irreais. E hoje, neste 1º de abril,
quero relembrar como uma data marcante
para muitos que viveram nossa época e, se
possível senhores pais, tios, amigos, neste
período confuso que atravessamos com o
coronavírus, tirem um tempinho, relaxem
e façam uma brincadeira com seus filhos,
sobrinhos e amigos. Contem a eles como
surgiu o 1º de abril. Que assim seja! Que
ainda tenhamos momentos bons de nossa
infância. Que tenhamos ainda momentos
de Paz!
SELMA PESSOA DA SILVA, PESSOA.
Ai de nós!
Se não existisse a diversidade, o viver seria
uma insossa monotonia. Os textos deste
espaço, por exemplo, refletem o quadrân-
gulo da racionalidade: a imbecilidade – só
perceber ou criar problemas; a sapiência –
analisar e resolver problemas; a idiotice –
sonhos eternos; e a estupidez – o adir da
imbecilidade com a idiotice. Que cada um
assuma sua carapuça porque não estou me
dirigindo especificamente a ninguém. Fra-
terno abraço e Axé!
PAULOMENDONÇA, PAU-
Tempo Presente
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