Página 93 - A&D_v23_n3_2011

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Filipe Prado Macedo da Silva
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.567-585, jul./set. 2013
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risco social segue elevado no Território do Sisal e,
em alguns dos municípios, até pioraram nos últi-
mos 20 anos (ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA BAHIA,
1999; SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECO-
NÔMICOS E SOCIAIS DA
BAHIA, 2011). Por exemplo,
entre 2002 e 2006, o IDS do
Território do Sisal subiu leve-
mente, mas não o suficiente
para mudar a realidade da
população (SILVA, 2012). Ou
seja, o IDS do Território do
Sisal continua entre os piores
da Bahia e do Brasil.
Informações econômicas
O desempenho econômico no Território do Sisal
depende basicamente das atividades da adminis-
tração pública. Em outras palavras, a economia no
Território do Sisal é sustentada pelos gastos gover-
namentais, pelos recursos oriundos de transferên-
cias constitucionais e pelos recursos provenientes
das transferências de renda (como aposentadoria
rural e Bolsa Família). De acordo com Silva (2012,
p. 171), nos últimos anos, ocorreu um avanço da
participação da administração pública no PIB do
Território do Sisal. Em 1999, a Administração Públi-
ca (APU) representava 37,9% do PIB do Território
do Sisal. Em 2008, a participação da APU no PIB
do Território do Sisal saltou para 40,7%. Isso refle-
te o atípico e espantoso crescimento de 92% que
ocorreu, entre 2004-2008, no valor adicionado da
APU (SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECO-
NÔMICOS E SOCIAIS DA BAHIA, 2010).
Conforme a Superintendência de Estudos Eco-
nômicos e Sociais da Bahia (2010), a participação
da APU é dominante no PIB de 15 dos 20 muni-
cípios do Território do Sisal. Alguns municípios,
como Nordestina e Lamarão, têm uma economia
tão rudimentar que a participação da APU ultra-
passa 50% do PIB municipal. Em 2008, apenas
cinco municípios tinham sua economia amparada
no setor produtivo. Isso revela que o Território do
Sisal tem uma economia frágil, “[...] com dificulda-
de de concretizar e de atrair negócios econômi-
cos [...]” (SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS
ECONÔMICOS E SOCIAIS
DA BAHIA, 2010, p. 47). En-
tre 1999-2008 é perceptível
que, ainda que o PIB tenha
aumentado em todos os
municípios do Território do
Sisal, em cerca de 80% dos
municípios a participação do
setor produtivo no PIB dimi-
nuiu. Ou seja, ocorreu um achatamento do PIB do
setor produtivo em relação à APU.
Se for deflacionado o PIB do Território do Sisal
(ano-base
de 1999) será encontrado um cresci-
mento real, de 1999-2008, de 187%. Nesse perío-
do, o PIB do Território do Sisal passou de R$ 649
milhões para R$ 1.214 milhão (valores de 1999).
Isso significa uma taxa média de crescimento real
do PIB de 7% ao ano. Ao se confrontar o cresci-
mento real (valores de 1999) de 7% ao ano, com
o crescimento nominal (valores constantes) de
14% ao ano, verifica-se que a inflação, entre 1999-
2008, reduziu pela metade o PIB do Território do
Sisal (SILVA, 2012, p. 170-175). No entanto, a taxa
de crescimento real do PIB do Território do Sisal
permaneceu muito acima da taxa média de cres-
cimento real do PIB do Brasil e da Bahia (SUPE-
RINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECONÔMICOS E
SOCIAIS DA BAHIA, 2010, 2011; SILVA, 2012).
Em relação ao desenvolvimento econômico, nas
últimas duas décadas, o Território do Sisal não pro-
grediu, apresentando um resultado pífio. De 2002-
2006, o Território do Sisal saiu da 11ª posição na
classificação do Índice de Desenvolvimento Eco-
nômico (IDE), para a 23ª posição em relação aos
demais territórios da Bahia (SILVA, 2012, p. 186).
Se forem analisados os componentes
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do IDE do
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O IDE é composto pelos seguintes indicadores: Índice de Infraestru-
tura (INF), Índice de Qualificação da Mão de Obra (IQM) e Índice do
Produto Municipal (IPM).
A economia no Território do
Sisal é sustentada pelos gastos
governamentais, pelos recursos
oriundos de transferências
constitucionais e pelos recursos
provenientes das transferências
de renda