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Economia regional e abertura comercial: acumulação capitalista no território brasileiro
e nordestino (1991-2011)
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Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.529-551, jul./set. 2013
registraram os menores percentuais do total dos in-
vestimentos planejados até maio de 2011, com ape-
nas R$ 7,9 bilhões e 4,5 bilhões, o que representa
16,6% e 13,5% dos valores inicialmente previstos
no orçamento daqueles estados.
Política de desenvolvimento industrial: uma
proposta para a Região Nordeste
Segundo Diniz e Basques (2004), as diretrizes
de uma política estão divididas em três grandes
grupos, a saber: as políticas gerais, as políticas se-
toriais e as políticas locais. A integração entre os
objetivos e os instrumentos que serão utilizados é
fundamental para viabilizar a execução conjunta
destas políticas. Neste processo devem-se consi-
derar as diferentes escalas territoriais e as caracte-
rísticas inerentes a cada região ou localidade cuja
intervenção será realizada.
Todavia, a elaboração e a execução de uma
nova política regional exigirá que seja estabele-
cido, nos próximos anos, um novo critério de re-
gionalização para o Nordeste. Esse aspecto deve
ser levado em conta, dada a existência de grandes
diferenças no vasto território nordestino, tanto do
ponto de vista econômico e social – como demons-
trado por Tânia Bacelar em
Nordeste, Nordestes:
que Nordeste?
– quanto do ponto de vista climático,
por exemplo. Este critério precisa ser capaz de ar-
ticular, de forma coerente, os objetivos gerais das
políticas governamentais às reais necessidades de
cada região ou localidade, considerando suas prin-
cipais potencialidades e desafios.
Atualmente, a população nordestina concentra-
-se, em grande parte, em torno das regiões metro-
politanas de Fotaleza (CE), Recife (PE) e Salvador
(BA). Além disso, a localização espacial das capi-
tais do Nordeste, à exceção de Teresina, em áreas
litorâneas e a ausência de uma rede urbana inte-
grada de dimensão e escala média no interior da
região – consequências do processo de formação
histórica do Complexo Nordestino – fazem com que
seja fundamental uma atuação efetiva do estado,
em caráter de urgência, como instrumento de polí-
tica de desenvolvimento industrial, a fim de garantir
um maior suporte à formação, à ampliação e à arti-
culação de uma rede urbana integrada de cidades
médias no interior do extenso território nordestino.
As atividades industriais precisam ter acesso a
uma série de serviços de suporte à produção e,
Tabela 11
Orçamento para infraestrutura para os estados do Nordeste
(em Milhões)
Regiões
Combustíveis
Saneamento
Transportes
Energia
Total
A
B
B/A% A
B
B/A% A
B
B/A% A
B
B/A% A
B
B/A%
MA 40.533 5.000 12,3
-
-
-
3.273 414 12,6 3.974 2.513 63,2 47.780 7.926 16,6
PE 27.854 15.979 57,4 2.115 1.195 56,5 3.565 1.197 33,6 251
50 19,9 33.785 18.421 54,5
CE 22.533
-
-
1.120 201 17,9 4.393 2.469 56,2 5.387 1.857 34,5 33.433 4.527 13,5
AL
354 229 64,6 3.794 532 14,0 1.124 484 43,0
-
-
-
5.272 1.245 23,6
BA
2.681 1.731 64,6 1.085 371 34,1 1.899 1.256 66,1
93
64 68,8 5.758 3.422 59,4
PB
-
-
-
1.477 1.298 87,9 468 353 75,4
-
-
-
1.945 1.651 84,9
PI
533
-
-
717 243 33,9
28
21 75,0 214
54 25,0 1.492 318 21,3
RN
193 123 63,7
483 107 22,2 209 115 55,0 508
-
-
1.393 345 24,8
SE
-
-
-
479 197 41,1 540 125 23,1
-
-
-
1.019 322 31,6
Outros
(1)
-
-
-
3.801 831 21,9
-
-
-
5.979 4.058 67,9 9.780 4.889 50,0
NE 94.681 23.061 24,4 15.070 4.975 33,8 15.500 6.434 41,5 16.406 8.595 52,4 141.657 43.065 38,4
Fonte: Revista Anuário Exame Infraestrutura 2010-2011. Elaboração: BNB/Etene (2011).
(1) Projetos que envolvem dois ou mais estados.
Legenda: A = Valores orçados
B = Valores investidos (diferença entre o valor previsto e o valor que falta para concluir as obras).