Página 61 - A&D_v23_n3_2011

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Wallace da Silva de Almeida, Denílson da SilvaAraújo
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.529-551, jul./set. 2013
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principalmente através do fornecimento de melho-
res condições de infraestrutura física. Com relação
a este ponto, cabe ressaltar que, embora a Região
Nordeste ainda careça de uma política de desen-
volvimento específica para seu setor industrial,
atualmente estão sendo realizados grandes inves-
timentos na infraestrutura de transporte em todo
país, inclusive no Nordeste, através dos recursos
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em 2011 teve início a segunda etapa do progra-
ma, denominada de PAC 2, que vai até 2014. Nesta
etapa ocorrerá um considerável incremento – acrés-
cimo nominal de 45% – no valor dos investimentos
realizados na etapa anterior. O PAC 2, que compre-
ende o período de 2011 a 2014, dá continuidade às
ações implementadas no primeiro ciclo e executa
novos projetos em uma série de segmentos, tais
como transportes, energia, cultura, meio ambiente,
saúde, área social e habitação. Foram seis as áre-
as de investimentos nesta segunda etapa: Cidade
Melhor; Comunidade Cidadã; Minha Casa, Minha
Vida; Água e Luz para todos; Transportes; e Energia
(Comitê Gestor do PAC 2011).
De acordo com os dados da Tabela 10 verifica-
-se que a Região Nordeste obteve o segundo maior
orçamento para infraestrutura do país, aproxima-
damente 35% do total brasileiro. Cerca de 83%
deste valor refere-se às obras do PAC, que estão
ajudando a dinamizar a infraestrutura nordestina.
Contudo, do valor total previsto no orçamento ape-
nas 30,4% foram realizados até o mês de maio de
2011, de acordo com informação concedida pelo
Banco do Nordeste (BNB). É importante destacar
a relevância do direcionamento destes investimen-
tos para a região, uma vez que podem contribuir
significativamente para seu desenvolvimento, dimi-
nuindo, assim, o nível das desigualdades sociais e
econômicas em relação às áreas mais desenvolvi-
das do país.
Na Tabela 11 fica evidenciado que os três esta-
dos da Região Nordeste que possuem a maior par-
cela dos investimentos previstos no orçamento são:
Maranhão, com R$ 47,8 bilhões; Pernambuco, com
R$ 33,8 bilhões, e Ceará, com R$ 33,4 bilhões, re-
presentando 33,7%, 23,8% e 23,5% do orçamento,
respectivamente. Esses estados recebem, conjun-
tamente, 81% do valor total do investimento de in-
fraestrutura direcionado para a região, aplicando-os
essencialmente em refinarias, ferrovias e portos. Os
estados da Bahia e de Alagoas serão beneficiados
com R$ 5,7 bilhões e R$ 5,3 bilhões, respectiva-
mente. Os demais estados nordestinos – Sergipe,
Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba – absorverão
investimentos de menor monta, cerca de R$ 5,8 bi-
lhões, em seu conjunto.
Conforme exposto na Tabela 11, entre todos os
estados do Nordeste, a Paraíba foi o que apresen-
tou o maior percentual do orçamento efetivamente
investido nas obras previstas, cerca de 84,9% dos
valores orçados, totalizando aproximadamente R$
1,7 bilhão. Logo em seguida estão os estados da
Bahia, com 59,4% dos valores previstos no orça-
mento, totalizando R$ 3,4 bilhões de investimento,
e Pernambuco, com R$ 18,4 bilhões investidos, ou
seja, aproximadamente 54,5% dos valores orça-
dos. Maranhão e Ceará, por sua vez, foram os que
Tabela 10
Orçamento para infraestrutura – Brasil
(em R$ Milhões)
Estados
Combustíveis % Saneamento % Transporte % Energia
% Total
%
Centro-Oeste
584
4,5
2.563
19,8
5.148
39,7
4.667
36
12.962
100
Norte
650
1,2
2.063
3,8
7.198
13,1
44.834
81,9
54.745
100
Nordeste
94.681
66,8
15.070
10,8
15.500
10,9
16.408
11,6
141.657
100
Sul
2.472
13,1
158
0,8
6.868
36,3
9.432
49,8
18.930
100
Sudeste
68.210
38,6
18.324
10,4
70.288
39,8
19.747
11,2
176.569
100
Brasil
166.597
41,1
38.178
9,4
105.001
25,9
95.086
23,5
404.863
100
Fonte: Revista Anuário Exame Infraestrutura 2010-2011. Elaboração: BNB/Etene (2011).