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MarizângelaAparecida de Bortolo, Nathan Belcavello de Oliveira, Fernando Luiz Araújo Sobrinho
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.509-527, jul./set. 2013
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incentivo à industrialização (concentrada no Sudes-
te e com um câmbio favorável ao produto nacional),
“vista da dimensão espacial, era ampliadora das
desigualdades regionais”. Além disso, focando no
Nordeste, desconstruía o discurso operante à época
de que “o Nordeste vai mal por causa da seca”.
Furtado afirma o contrário: o problema do
Nordeste não é a seca, é a reconfiguração
do desenvolvimento brasileiro e como a re-
gião está se inserindo nela [...] [e] a seca, o
fenômeno social das secas, é consequência
dos problemas do Nordeste. A causa é a es-
trutura socioeconômica e política montada,
há séculos, nessa região. A causa do atraso
do Nordeste está na sua formação histórica
(BACELAR, 2000, p. 76).
Com essa premissa, o grupo presidido por Cel-
so Furtado elaborou um diagnóstico propositivo
sistematizado no documento intitulado
Uma Políti-
ca de Desenvolvimento Econômico para o Nordes-
te
(BRASIL, 1967), cuja orientação principal era a
proposta de industrialização para o Nordeste, com
base em transformações regionais na estrutura fun-
diária e na reorganização da agricultura.
Cartograma 1
Área de atuação da Sudene em 1959
Fonte: Elaboração própria a partir de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2013).