Página 191 - A&D_v23_n3_2011

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Lucas Bispo de Oliveira Santos, Ramom Pereira da SilvaMachado
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.671-681, jul./set. 2013
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Crescimento econômico e desenvolvimento
econômico podem ser caracterizados de várias
formas, a depender da escola a ser considera-
da: a pré-Clássica, a Clássica e a pós-Clássica.
Para efeito de pesquisa, se-
rão utilizados os conceitos
contemporâneos.
Criado em conta a varia-
ção do produto ou do conjun-
to das riquezas produzidas
pela sociedade, necessaria-
mente, sem entrar no mérito
da distribuição desta riqueza ou dos seus efeitos
sobre a qualidade de vida das pessoas. A teoria
do crescimento econômico focaliza a sua atenção
basicamente sobre os fatores econômicos tradicio-
nais considerados determinantes no processo de
crescimento: capital físico e trabalho.
O crescimento econômico desses polos pode
ser observado a partir de consultas ao Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ou à
Fundação Getúlio Vargas (FGV). Quando se trata
de crescimento econômico, um dos indicadores
utilizados é o tamanho da taxa de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) ou do Produto Nacional
Bruto (PNB), em termos agregados ou
per capita.
A
diferença entre o PIB e o PNB é que o primeiro cor-
responde ao somatório de todos os bens e serviços
finais produzidos dentro de um território nacional
num dado período, sem levar em consideração se
os fatores de produção são de propriedade de re-
sidentes ou não residentes no país. Já o segundo
corresponde ao valor agregado de todos os bens e
serviços resultantes da mobilização de recursos na-
cionais que pertencem a residentes do país (VAS-
CONCELOS; GARCIA, 2004, p. 108-109).
O desenvolvimento econômico é atribuído por
muitos às economias de países onde os índices so-
ciais são elevados e estão relacionados diretamente
com o bem-estar da população. Segundo a Organi-
zação das Nações Unidas (ONU), através do Pro-
grama das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), crescimento econômico, desenvolvimento
econômico e humano se fundem para que tais na-
ções acompanhem um nível da chamada economia
plena e a igualdade social:
O conceito de desenvolvi-
mento humano é, portanto,
mais amplo do que o de de-
senvolvimento econômico,
estritamente associado à
ideia de crescimento. Isso
não significa contrapô-los.
Na verdade, a longo prazo,
nenhum país pode manter –
e muito menos aumentar – o bem-estar
de sua população se não experimentar
um processo de crescimento que impli-
que aumento da produção e da produ-
tividade do sistema econômico, amplie
as opções oferecidas a seus habitan-
tes e lhes assegure a oportunidade
de empregos produtivos e adequada-
mente remunerados. Por conseguinte,
o crescimento econômico é condição
necessária para o desenvolvimento
humano [e social] e a produtividade é
componente essencial desse proces-
so. Contudo, o crescimento não é, em
si, o objetivo último do processo de
desenvolvimento; tampouco assegura,
por si só, a melhoria do nível de vida
da população (PROGRAMA DAS NA-
ÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOL-
VIMENTO, 1996, p. 1).
De modo geral, pode-se diferenciar crescimen-
to de desenvolvimento a partir das considerações
de Celso Furtado, que diz que “o conceito de de-
senvolvimento compreende a ideia de crescimento,
superando-a”. Com efeito: ele se refere ao cresci-
mento de um conjunto de estrutura complexa. Essa
complexidade estrutural não é uma questão de ní-
vel tecnológico, ela traduz a diversidade das formas
sociais e econômicas engendrada pela divisão do
trabalho social. Porque deve satisfazer às múltiplas
necessidades de uma coletividade é que o conjunto
O desenvolvimento econômico é
atribuído por muitos às economias
de países onde os índices sociais
são elevados e estão relacionados
diretamente com o bem-estar da
população