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Lucas Bispo de Oliveira Santos, Ramom Pereira da SilvaMachado
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.671-681, jul./set. 2013
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econômico da Colônia. A partir de 1530, quando ini-
ciou-se a ocupação efetiva da costa brasileira, onde
a atividade principal era a extração do pau-brasil,
surgiram os primeiros núcleos urbanos com o intuito
de defender o território da invasão de outras metró-
poles. O povoamento do Brasil por parte de Portugal
era um empecilho, um reino pequeno deparava-se
com milhões de hectares de terra além-mar e pro-
blema se tornava maior pelo caráter da economia
lusitana, bancada por uma burguesia comercial.
Uma das primeiras tentativas foi a implantação
da estratégia territorial, gerencial e política de ca-
pitanias hereditárias que alcançara algum sucesso
nas ilhas da Madeira e Açores. No Nordeste bra-
sileiro, apenas a capitania de Pernambuco obteve
significativos lucros. A partir desse momento e da
descoberta de solos férteis, a região potencializou
o que seria fundamental para a construção de sua
história, tornando-se uma das maiores produtoras
de açúcar, a partir do cultivo da cana. Outros fatores
contribuíram para o crescimento da região, como: a
elevação das vilas de Olinda e Recife a cidades e,
principalmente, a escolha de Salvador como sede
do governo geral em 1549.
Com a monocultura da cana estendendo-se do
que é hoje o Rio Grande do Norte até o Recôncavo
Baiano, a pequena pecuária já produzida na faixa
litorânea perdeu espaço e foi obrigada a buscar
novos caminhos. Expulsos do litoral, os sitiantes
e criadores de gado instalaram-se nas terras do
interior, antes ocupadas por indígenas. O agreste,
como assim ficou conhecido, tornou-se uma área
produtora de leite e alimentos até o século XVIII,
ocupando grandes latifúndios. A sua força de
Figura 1
Área visitada na saída de campo
Fonte: Base cartográfica: SEI, 2011.