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Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.495-507, jul./set. 2013
suma, um processo de descon-
centração concentrada.
Nessa categoria “b” estamos
incluindo, no caso da estratégia
vertical, as atividades principais
ou motoras, e, se planejadas em
conjunto com elas, as subsidiá-
rias e auxiliares, estas comple-
mentares e derivadas do merca-
do iritermediário das primeiras.
As atividades derivadas da ofer-
ta de insumos pelas atividades
principais, também planejadas
em conjunto com estas, se clas-
sificam nessa categoria “b” como
variáveis exógenas. Mas eviden-
temente essas atividades subsi-
diárias e derivadas apresentam
uma distinção algo fluida em re-
lação à categoria “c”.
Na categoria “b” incluímos
serviços que ultrapassam a
mera demanda derivada “c”. É
o
caso de universidades, ins-
titutos de pesquisa, serviços
públicos e outros serviços que
podem ser desconcentrados, ul-
trapassando a demanda normal
local e até exercendo um papel
dinamizador.
As possibilidades e limites de
competitividade potencial des-
ses investimentos em “a” e “b”
indicariam a necessidade de mi-
grações, inter ou intrarregionais.
A taxa de inamovibilidade da
população ou a conveniência
política de Iimitar as migrações
determinaria os Iimites e con-
dições dos investimentos para
atenderem (em tempo possí-
vel e devido) aos objetivos de
equalização.
Até aqui temos um mode-
lo compatível com o
de cresci-
mento da economia nacional,
apenas com ajustes temporais
para a maturação dos projetos
da categoria “b” em relação ao
tempo de maturação de proje-
tos semelhantes nas áreas mais
desenvolvidas. Note-se que o
possível inconveniente do maior
investimento incremental em
projetos isolados na região peri-
férica é superado na escala dos
complexos e do desenvolvimen-
to conjunto.
II. Migrações inter-regionais
A emigração inter-regional
constitui a válvula de escape
para o
excedente de população
em face dos recursos de capital
existentes na região ou para ela
transferíveis. Isso no suposto de
que devemos promover igualda-
de de oportunidades básicas.
Sempre esteve implícita nas
propostas para o
desenvolvi-
mento regional a persistência
de uma emigração Iíquida do
Nordeste para o
c
entro-sul e ou
tras regiões do país. A Sudene,
nos seus documentos originais,
a explicitou, apontando especial
mente a abertura de áreas de
nova colonização, algumas na
periferia da própria região nor-
destina. Esta alternativa já entra
em outra categoria de problema:
a das migrações intrarregionais,
que abordaremos adiante.
A migração inter-regional
efetiva define a população do
Nordeste, cujas oportunidades
se devem equalizar. E um pla-
nejamento de tais migrações
constitui a
forma de equalizar a
população com as possibilidades
do esquema de transferências
para assegurar igualdade de
oportunidades.
Um problema extremamen-
te complexo se coloca como um
desafio nessa compatibilização
entre o desenvolvimento regional
e o nacional.
Qual é hoje a capacidade de
absorção de imigrantes no centro-
-sul, que já está expelindo gente
para
o
Centro-Oeste e até para as
melhores oportunidades do Nor-
deste? Que resulta da emigração
para o Centro-Oeste e Amazônia,
mesmo com as possibilidades
do Grande Carajás? Sim, o
povo
deve ter condições de deslocar-
-se para onde tiver mais chances.
Isso convém às pessoas e ao di-
namismo da economia brasileira,
favorecida pelas possibilidades
de mobilidade espacial. Mas a si-
tuação hoje é terrível. Muitos dos
migrantes nordestinos de baixa
qualificação terminam só encon-
trando chances ao saírem do ter-
ritório nacional para o Paraguai, a
Bolívia ou a Guiana. Os custos e
benefícios sociais das migrações
e dos novos assentamentos recla-
mam estudos que os quantifiquem
ou os avaliem de alguma forma,
permitindo comparação com os
custos e benefícios incrementais
de investimentos que fixem as po-
pulações onde elas estão. Pode
ser que os subsídios para uma