Página 164 - A&D_v23_n3_2011

Versão HTML básica

Gastos em inovação na indústria brasileira e os efeitos sobre o
market share
regional
648
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.633-652, jul./set. 2013
série de aspectos, como as condições de demanda
e da concorrência interna e internacional, que fa-
zem com que o alcance desse patamar elevado de
crescimento de receita seja bastante complicado de
ser atingido. As unidades ineficientes que, em ge-
ral, amplificaram as metas para o produto Y3 foram
justamente aquelas empresas industriais situadas
no Sudeste, com destaque para São Paulo e Rio de
Janeiro. Dada a dificuldade técnica de alcance de
metas para receitas, torna-se interessante verificar
as sugestões para ajustes nos insumos destinados
à inovação, uma vez que as firmas têm mais con-
dições e flexibilidade de alterar os
inputs
do que os
outputs
.
Dentre as sugestões de ajustes no lado dos
inputs
para aumentar a eficiência do esforço inova-
tivo com base no desempenho das unidades de re-
ferência, observa-se no Gráfico 7 que as despesas
internas, realizadas no âmbito da firma, em P&D
(X1), foram aquelas que, na maior parte do perío-
do de 2000 a 2008, mereceram mais atenção para
as unidades ineficientes, dado uma tendência de
redução progressiva no montante destinado a tais
atividades. É válido realçar que, em 2008, X1 foi a
única variável de insumo que apresentou excesso
dentre todos os insumos utilizados pelas indústrias
para inovação tecnológica. Já os gastos em outras
atividades inovativas (X3), como aquisição de
sof-
twares
, treinamento, pesquisa de mercado etc., não
deveriam ser reduzidos, salvo no ano inicial em que
se estipulou, com base nos
benchmarks
, uma redu-
ção de 7,1% nessa modalidade de dispêndio.
Não obstante, dentre os resultados de maior
destaque apresentados nesta subseção, salienta-
-se, em especial, o comportamento em direções
distintas entre as despesas realizadas internamente
pela firma em P&D e as aquisições de conhecimen-
tos fora do âmbito da firma (X2) ao passar dos anos.
Enquanto em 2000 os ajustes para a ampliação da
eficiência do esforço inovativo centraram-se nos
insumos X3 (-7,1%) e, em especial, X2 (-34,5%), a
partir de então as alterações na composição de re-
cursos foram na direção de realocar os gastos em
atividades inovativas internas para aquisições de
conhecimentos fora da firma, como intensificação
de parcerias com instituições de pesquisa e univer-
sidades, haja vista que, em todo interregno de tem-
po, as variações negativas recomendadas para os
inputs
foram cada maiores na alocação de recursos
em X1 e menores em X2.
Análise do crescimento do
market share
Após a análise da eficiência do esforço ino-
vativo e da caracterização do setor industrial no
que tange à concentração geográfica desse setor,
torna-se interessante entender até que ponto o
desempenho do esforço inovativo afeta o ritmo de
crescimento da fatia de mercado das indústrias si-
tuadas nas unidades federativas do país. A dimen-
são do crescimento acumulado médio do
market
share
industrial das regiões brasileiras entre todos
os anos (2000-2003, 2003-2005 e 2005-2008) é
apresentada no Gráfico 8
Conforme o Gráfico 8 nota-se que as regiões
Norte e Nordeste auferiram o maior acúmulo de
crescimento no
market share
industrial no período
de, respectivamente, 11,3% e 12,1%. Dado que ape-
nas o estado de São Paulo responde pela maior
parte das firmas e rentabilidade do setor industrial
(rever os dados da primeira subseção deste tópico),
o mesmo foi separado da Região Sudeste. Dessa
forma, todas as localidades plotadas no gráfico em
Gráfico 7
Sugestões de ajustes nos inputs para ganhos em
eficiência inovativa no Brasil entre 2000 e 2008
Fonte: Elaboração própria.