Página 162 - A&D_v23_n3_2011

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Gastos em inovação na indústria brasileira e os efeitos sobre o
market share
regional
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Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.633-652, jul./set. 2013
em análise, bem como estabelece indicativos de
como aumentar a eficiência das unidades em ques-
tão a partir das práticas tidas como referenciais das
unidades que compuseram a fronteira de eficiên-
cia. As informações detalhadas sobre a eficiência
de todas as DMU analisadas entre 2000 e 2008,
assim como a quantidade de vezes que as DMU su-
pereficientes foram consideradas como referência
para as unidades ineficientes, podem ser vistas no
Apêndice A2 deste artigo.
Dos estados definidores da fronteira de eficiên-
cia dos recursos empregados em atividades ino-
vativas, os que serviram mais vezes como
bench-
marks
para os demais estados no período foram,
respectivamente: Pará (15 vezes) e Bahia (11 ve-
zes). Além disso, os outros estados do Nordeste
– Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Alagoas e Sergipe –, juntamente com o Pará foram
as unidades que, em todos os quatro períodos, for-
maram a fronteira, sendo que o primeiro (ONE) só
serviu como parâmetro de referência (
benchmark
)
uma única vez, em 2008, para outra unidade
10
. É
válido realçar que, na linguagem da sobrevivência
industrial, dado o constante processo de seleção
imposto pelas condições de mercado (demanda e
concorrência interna e estrangeira), torna-se pre-
mente verificar o comportamento do nível de efici-
ência de uma dada unidade, em determinado perí-
odo de tempo, em relação ao escore médio. Quanto
maior for a distância do desempenho de uma DMU
em relação à média, maior a contribuição relativa
da inovação para ganhos de competitividade e de
parcela de mercado. Nessa lógica, o Gráfico 3 su-
mariza o comportamento das indústrias situadas
nos estados sob análise, no que tange à proporção
de localidades abaixo, igual ou superior ao escore
médio de eficiência.
10
Como os dados da DMU outros estados do Nordeste (ONE) foram ob-
tidos de forma residual a partir de informações disponibilizadas pela
Pintec, a composição de
inputs
e
outputs
relacionados à inovação fez
com que tal unidade participasse da fronteira de eficiência por default,
haja vista que só em 2008 essa unidade se fez referência para outra
DMU, que foi justamente outra unidade obtida de forma residual (ou-
tros estados do Centro-Oeste, OCE).
Em todo o interregno de tempo, conforme os
dados do Gráfico 3, a maioria das DMU apresentou
performance abaixo do escore de eficiência médio,
com destaque para os anos de 2003 e 2008, em
que menos de 30% das DMU auferiram resultado
ao menos igual à média dos respectivos períodos
no que tange ao desempenho dos recursos des-
tinados às atividade de inovação. Observando-se
os dados sobre os escores de supereficiência no
Apêndice A2, nota-se que o Rio de Janeiro foi a
DMU que apresentou o menor desempenho em ter-
mos de recursos destinados à inovação em 2003
(45,8%) e 2005 (32,5%) dentre todas as unidades
avaliadas. Enquanto que, no extremo exposto, o es-
tado do Pará em 2008 (638,6%) apresentou o maior
valor de eficiência em todo o intervalo.
Avaliando-se, no Gráfico 4, o comportamento
global do escore de eficiência, em termos de mé-
dia e de variabilidade (desvio-padrão), verificam-se
duas tendências:
quando se considera o valor médio do escore de
eficiência das DMU percebe-se uma elevação
progressiva do desempenho relativo das unida-
des, partindo de 117% em 2000 para 169% em
2008;
ao ser feito o desvio-padrão do resultado, na
ideia de captar a heterogeneidade da eficiência
entre as diferentes unidades, é possível identifi-
car que a variabilidade da performance ampliou
no período, o coeficiente de variação que, em
Igual ou acima da média
Abaixo da média
Gráfico 3
Proporção de DMU abaixo e igual ou acima da
média de eficiência entre 2000 e 2008
Fonte: Elaboração própria.