Versão HTML básica
sAlinidAde dA águA do lAgo de são josé do jAcuípe e suA utilizAção nAAgriculturA irrigAdA de plAntAs perenes
tropicAis no semiárido dA bAhiA
360
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 2, p.349-367, abr./jun. 2013
sobre a influência do sódio na nutrição, no cresci-
mento e na produção do cacaueiro. Portanto, esti-
ma-se que este estudo seja pioneiro em submeter
plantas de cacau à salinidade da água em condição
de campo na zona semiárida tropical.
A pesquisa está em andamento no Distrito de
Irrigação do Jacuípe, na localidade de Várzea da
Roça (11,60
o
S e 40,07
o
W,) no semiárido da Bahia,
Brasil. O plantio foi realizado em março de 2010
(figuras 2 e 3) e, desde então, a precipitação média
anual foi de apenas 200 mm.ano
-1
, distribuída em
apenas dois eventos de chuva por ano e tempera-
turas diurnas na primavera/verão entre 35 e 40º C.
O solo foi classificado como latossolo amarelo
eutrófico, textura arenosa transicional para neos-
solo quartzarênico antropizado. Portanto, em con-
dições totalmente desfavoráveis para o cultivo do
cacau. O sistema de irrigação utilizado foi o de
gotejamento com duas fileiras de tubo gotejador
por fileira de plantio (consórcio cacau/banana).
As irrigações foram realizadas diariamente para
manter o solo próximo da capacidade de campo e
atender a uma lâmina empírica de lixiviação.
As mudas clonais de cacau foram produzidas
por meio do enraizamento de estacas de caule,
oriundas de extremidades de ramos plagiotrópi-
cos, pelo Instituto Biofábrica de Cacau, e utilizadas
com aproximadamente 6 meses de idade. Estão
em avaliação os seguintes clones: Cepec 2004,
Ipiranga, CCN 51, SJ 02, Cepec 2002 e PH 16. O
espaçamento é 3,0, x 1,5 m e estande de 2.222
plantas.ha
-1
. Os diferentes clones foram plantados
em blocos formados por três ou duas linhas de
plantio. Após o plantio, as mudas receberam uma
cobertura provisória com palhas de licuri (
Syagrus
coronata
) por seis meses, até que o sombreamen-
to definitivo com bananeira (3,0 x 3,0 m) atingisse o
estágio ideal de sombreamento do cacaueiro.
Os resultados alcançados até a idade de 17 me-
ses (510 dias de campo) apontaram que o clone
Ipiranga atingiu a altura de 1,55 m, destacando-se
dos demais clones, que variaram entre 1,10 m e 1,16
m. Os clones SJ 02, Cepec 2004, CCN 51 e Cepec
2002 obtiveram crescimento absoluto semelhante
entre si. A média geral do experimento aponta que,
no período analisado, a altura absoluta da planta
passa de 0,42 m para 1,14 m (Gráfico 5).
Os dados de crescimento absoluto do diâmetro
do tronco medido a 20 cm do solo indicam que o
clone SJ02 destacou-se dos demais alcançando
28,0 mm de diâmetro. O clone PH16 atingiu o menor
diâmetro entre os clones avaliados, com uma média
de 21,0 mm. Os demais clones são semelhantes
entre si, com diâmetro médio de 24,00 mm. A média
Figura 2
Clone de cacau promissor submetido à água
salina – Várzea da Roça (BA)
Foto: Diógenes Santos.
Figura 3
Clone de cacau irrigado por gotejamento com
água salina – Várzea da Roça (BA)
Foto: Diógenes Santos.