Página 39 - A&D_v23_n2_2011

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AngelaMachado Rocha, André de Goes Paternostro, Marcelo Santana Silva, PaulaMeyer Soares, Fabio Konishi
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 2, p.303-315, abr./jun. 2013
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Tabela 2, o consumo cairá de 5,33 m
3
/t. cana
para um máximo de 2,0 m
3
/t. cana, segundo
estimativa de Leite (2008). Portanto, a
água
seria
usada
apenas para lavar a esteira.
Águas de resfriamento de condensadores
e dornas
Segundo Leite (2008), se for utilizado em con-
junto através do efeito cascata, ou seja, utili-
zando a água nas dornas e posteriormente nos
condensadores, ocorrerá uma redução do vo-
lume de água necessário em cerca de 16%. O
circuito seria então fechado, sendo adotados
sistemas de resfriamento evaporativo, com
torres de resfriamento. Haveria a necessidade
de água apenas para a reposição das perdas
por evaporação e arraste, o que representa
cerca de 2% a 3% da água em circulação. As-
sim, nesse novo arranjo, o resfriamento das
dornas ficaria menor que 3,0 m
3
/t. cana e o
resfriamento dos condensadores chegaria até
4,0 m
3
/t. cana. Isso resultaria em 84% do total
de água necessário na configuração conven-
cional (LEITE, 2008).
Condensadores multijatos
Para Leite (2008), este circuito deve sofrer al-
terações, visando à redução do consumo de
água. Os condensadores multijatos (evapora-
ção e cozedores) devem ser substituídos por
colunas barométricas, para produção de vácuo
na fase de concentração do caldo, resultando
em uma redução de 30% da necessidade de
água nesta operação. Conforme Tabela 2, os
valores são respectivamente de 2,0 m
3
/t. cana
e 4,0 m
3
/t. cana para os condensadores/multi-
jatos evaporação e condensadores/multijatos
cozedores.
Os outros usos de água inclusos no proces-
so produtivo de etanol envolvem o resfria-
mento dos cristalizadores (0,005 m
3
/t. cana);
o resfriamento dos turbogeradores (0,2 m
3
/t.
cana); o resfriamento do caldo (1,0 m
3
/t. cana);
o resfriamento de mancais (0,150 m
3
/t. cana); o
resfriamento da coluna de sulfitação (0,05 m
3
/t.
cana) e a lavagem dos pisos (0,2 m
3
/t. cana).
Segundo Leite (2008), para estes usos a indús-
tria poderia utilizar água condensada, ou seja,
a água da cana, que é água condensada no
processo de obtenção do açúcar.
Quando se produz álcool a partir de caldo, a
água da cana é incorporada na vinhaça. O
uso de condensados, obtidos da concentração
do caldo de cana, permite uma redução da
captação, bastando apenas resfriamento para
a utilização segura. Em algumas etapas do
processo, não ofereceria grandes riscos aos
operadores, tais como: embebição da moen-
da, lavagem de torta, lavagem de piso, repo-
sição em sistemas de abatimento de particu-
lados, entre outras. Com esse procedimento,
o valor seria reduzido de 2,73 m
3
/t. cana para,
no máximo, 2,0 m
3
/t. cana.
O consumo de água em uma planta de pro-
dução de álcool depende da configuração da
usina. Carmo (2008) afirma que, se for uma
planta de açúcar integrada a uma destilaria,
considerando-se 21 m
3
/t. cana e adotando-se
a partição do caldo em 50% para a produção
de açúcar e 50% para a produção de etanol,
tem-se, em média, um consumo de 42 l/t. cana
de etanol.
Com as intervenções sugeridas, em uma usina
mista, de um consumo de 21m
3
/t. cana, pas-
saria a representar cerca de 14,08 m
3
/t. cana
,
representando uma redução de 33%. A con-
centração da vinhaça integrada à destilação
poderá contribuir significativamente para a re-
dução da necessidade de água.
Com o avanço de novas tecnologias, Carmo
(2008) supõe que o processo de produção de
etanol pode precisar de uma quantidade de
água inferior à quantidade de água contida na
própria cana-de-açúcar processada. Ou seja,