Página 157 - A&D_v23_n2_2011

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Rafael Ranconi Bezerra, Anderson Paulo Rudke, Victor Nathan Lima da Rocha, Wesley de Souza, Nara Luisa Reis
Andrade, Dilson Henrique Ramos Evangelista
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 2, p.425-435, abr./jun. 2013
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modificando os valores de vazão outorgável, foram
observadas, através da frequência, quantas vezes
a vazão mínima medida no rio foi inferior à vazão
mínima Q
7, 10
, ou seja, através da observância da
série histórica após a implantação da barragem,
contaram-se os valores de vazão que eram meno-
res que a vazão Q
7, 10
.
A Q
7, 10
foi utilizada como parâmetro para ou-
torga por haver referências para sua aplicação, ou
seja, 30% da Q
7, 10
, o que não ocorre para as va-
zões de permanência Q
90
e Q
95
, que não têm valores
preestabelecidos.
Para o cálculo da vazão média foi realizada
média aritmética simples. Através desta buscou-se
avaliar se a vazão média era um valor próximo ao
das vazões mínimas determinadas pelos diferentes
métodos empregados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a aplicação dos ajustes da série históri-
ca em médias de sete em sete dias, geraram-se
os menores valores de vazões para os respectivos
anos, descritos na Tabela 1.
A partir da aplicação dos testes de Gumbel,
Log-Normal e frequência dos dados elaborou-se
o Gráfico 1, com valores de vazões em função do
tempo de retorno.
Por meio do gráfico é possível visualizar que a
distribuição utilizando a metodologia Log-Normal
assemelha-se mais à distribuição dos dados reais
que constam na Tabela 1. Em outras palavras, a
referida distribuição pode ser utilizada para predizer
a ocorrência de extremos mínimos, a partir da série
de dados disponíveis. Quanto à distribuição Gum-
bel, esta não se mostrou adequada para estimar a
vazão mínima para os dados disponíveis. Ainda no
gráfico pode-se perceber que, até dez anos, esta
distribuição superestima vazões, ao passo que su-
bestima valores acima deste período.
Com um coeficiente de determinação (r
2
) entre
dados medidos e estimados de 0,76, o valor esti-
mado de vazão pelo Log-Normal foi de 2,92 m³/s,
enquanto que, pelo método de Gumbel, a vazão es-
timada foi de 2,06 m³/s, com r
2
de 0,41 em relação
aos dados reais. Quanto à distribuição de frequên-
cia, a vazão estimada para um período de retorno
de dez anos foi de 3,27 m³/s.
Tabela 1
Valores Q7 mínimo de vazões da estação fluviométrica 15430000 do Rio Jamari, para a série de 19 anos
Rondônia, Brasil – 1971-1989
Ano
Q7min
Ano
Q7min
Ano
Q7min
Ano
Q7min
Ano
Q7min
1971
2,823
1975
4,225
1979
11,575
1983
7,615
1987
5,924
1972
3,244
1976
3,727
1980
4,635
1984
9,415
1988
5,191
1973
5,309
1977
9,158
1981
3,657
1985
6,392
1989
11,575
1974
3,304
1978
6,671
1982
21,061
1986
26,620
Fonte: Bezerra (2013).
Gráfico 1
Vazão Q7, 10 versus TR pelos métodos estatísticos
de Gumbel, Log-Normal e frequência dos dados
Fonte: Bezerra (2013)