Página 12 - Caderno Consci

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SALVADOR
QUINTA-FEIRA
20/11/2014
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ESPECIAL
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Formado em história, o fotógrafo
Jorge Antônio do Espírito Santo,
56, o Jorginho, retrata as pessoas
de Ilha deMaré desde 1992. Ele foi
ao povoado pedir autorização
para exibir, na Casa do Benim, a
imagem que fez de um rapaz
trabalhando na Feira de São
Joaquim.
Desde então não deixou mais a
comunidade quilombola, que é
oficialmente umbairro de Salvador.
Jorginho diz que conseguiu uma
aproximação estreita com os
moradores. Esses passaram a ter
outra relação com a própria
imagem caracterizada pela acei-
tação.
Se antes não gostavam de ser
fotografados por se acharem feios,
com o tempo foram pedindo para
ser personagens das fotografias, o
que faz desses registros docu-
mentos preciosos.
REVOLUÇÃO FEITA PELA IMAGEM
Imagens têm o poder de despertar emoções diversas. Até hoje uma
ilustração do pintor alemão Johann Moritz Rugendas, que viajou pelo
Brasil no século XIX, choca ao mostrar crianças negras engatinhando
aos pés de uma mulher branca que ensina as primeiras letras à filha.
No texto que contextualiza a imagem, Rugendas contou que bebês
negros eram tratados como “cachorrinhos”. Como na ilustração de
Rugendas, texto e imagem encontram-se para reforçar a “leitura” do
que se vê. No jornal mais ainda. Mas, às vezes, a imagem se rebela
contra o texto e, longe dele, muda seu discurso. Foi o que aconteceu
comas fotos empreto e branco do Centro de Documentação de A TARDE
Menina se
diverte em
parque na
praça do
bairro da
Boca do Rio
Robert Silva e
Bárbara Nicole
não abrem mão
dos jogos no
celular
Pedalar é uma
das atividades
favoritas das
crianças em
Ilha de Maré
1.
Como estará Márcio Santos, que
em 1977 tinha 4 anos?
2.
Sorriso quase tímido flagrado em
1978
3.
Diversão é sempre palavra de
ordem quando a garotada se reúne,
como essa turma em 1977
4.
Em 1983 esse brinquedo criativo
foi registrado na comunidade de
Alagados
5.
Abraço de amigo traz felicidade,
como mostra essa cena de 1971
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