Página 41 - A&D_v23_n3_2011

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MarizângelaAparecida de Bortolo, Nathan Belcavello de Oliveira, Fernando Luiz Araújo Sobrinho
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.509-527, jul./set. 2013
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15,8%, a mortalidade infantil cairia de 32,10% para
15,30%, o analfabetismo seria reduzido de 18,3%
para 8,4%, assim como a população em nível de
pobreza passaria de 32,51% para 14%.
De acordo com o último Relatório de Conjuntu-
ra Econômica produzido pela Sudene, o Nordeste
mostrou um pequeno crescimento na participação
das exportações do país, de 7,15% em 2011 para
7,79% no primeiro semestre de 2012, sendo que
apenas Bahia, Alagoas, Piauí e Rio Grande do
Norte obtiveram superávits nas suas operações
comerciais entre os meses de janeiro e junho de
2012 (SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVI-
MENTO DO NORDESTE, 2012). Do ponto de vista
econômico verifica-se que a Região Nordeste par-
ticipa muito pouco do PIB brasileiro, sendo ainda
muito dependente das importações que cresceram
23,05% em 2012 em comparação ao mesmo pe-
ríodo de 2011. As principais demandas regionais
são da cadeia de combustíveis e da indústria quí-
mica, enquanto que as exportações relacionam-se
ao
fuel oil
produzido exclusivamente pela Bahia, à
soja e aos “outros açúcares de cana”, produzidos
principalmente pelo estado de Alagoas. Quanto
aos empregos, de acordo com dados do Ministério
do Trabalho e Emprego, houve uma redução em
2012 na oferta de vagas de 65,7%, em compara-
ção ao mesmo período de 2011. O pior desempe-
nho vai para a indústria de transformação, tendo
o estado de Alagoas como o que mais eliminou
postos de trabalho nessa área, com 39.345 vagas
(SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO
DO NORDESTE, 2012).
Diante desse quadro, algumas questões ainda
soam como expectativas para essa nova Sudene,
tais como: um planejamento estratégico que integre
políticas e programas em uma proposta de planeja-
mento regional; a regionalização dos planos e pro-
gramas federais de acordo com um planejamento
que busque o desenvolvimento regional, conside-
rando as demandas estaduais; a disponibilidade
de meios e investimentos para que as metas sejam
efetivamente alcançadas.
Os desafios propostos à nova Sudene são imen-
sos, fato que coloca à prova este novo modelo de
gestão de recurso e planejamento regional que pa-
rece ainda carecer de ações que resultem em in-
dicadores sustentáveis, inserindo-a como mais um
centro dinâmico e não como “região problema”.
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