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O (res)surgimento da Sudene: uma nova proposta de planejamento regional?
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Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.509-527, jul./set. 2013
atividade como indústria automotiva, de celulose,
metalurgia do cobre, têxtil, fertilizantes, energia eó-
lica, bebidas e serviços” (COMITÊ DE FOMENTO
INDUSTRIAL DE CAMAÇARI, 2013).
TRANSFORMAÇÕES NA CONJUNTURA
ECONÔMICA E A “EXTINÇÃO” DA SUDENE
As sucessivas mudanças nos planos econômi-
cos nas décadas que antecederam a extinção da
Sudene revelam o processo de degradação da su-
perintendência, que também teve, no início da dé-
cada de 1990, a falta de apoio governamental, ca-
racterizada pela redução dos recursos destinados
ao programa Finor. Com a redução da capacidade
econômica, ocorreu a perda da legitimidade do pro-
grama perante os governos estaduais, fato que, de
acordo com Carvalho (2001), também se relacio-
nou ao momento histórico-econômico do governo
federal, tendo como foco os planos econômicos que
buscavam estabilizar a economia nacional.
O cenário que envolveu esse período relaciona-
-se a concepções neoliberais (de Estado mínimo,
tendo as reformas trabalhistas, de desestatização
e de abertura econômica), fator importante para ex-
plicar a redução dos investimentos e a extinção de
projetos voltados ao desenvolvimento dessa região.
Aliado a este cenário, as denúncias de corrupção
levaram a uma crise de legitimidade e ao enfraque-
cimento gradativo da Sudene até sua extinção em
2001. Diniz (2009) considera três razões como res-
ponsáveis pelo esvaziamento da Sudene:
A primeira foi o aniquilamento das propostas
de reformas estruturais. Sem a reforma agrá-
ria, a estrutura de propriedade e exploração
Figura 5
Vista de parte do Complexo Petroquímico de Camaçari (Copec) em Camaçari – Bahia
Fonte: Prefeitura Municipal - Camaçari (2013).