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As regiões de crescimento no Nordeste: o caso de Santa Cruz do Capibaribe
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Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.671-681, jul./set. 2013
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No âmbito geral, a Região Nordeste do Brasil
possui áreas de desenvolvimento e crescimento
econômico significativas comparadas a outras par-
tes do país. Percebe-se ainda uma forte diversifica-
ção na economia dos polos estudados em campo:
o ramo das confecções no agreste pernambucano,
a religiosidade em Juazeiro do Norte no Ceará e a
questão da fruticultura no submédio São Francisco.
No Triângulo das Confecções do Agreste de
Pernambuco e no turismo religioso de Juazeiro do
Norte, nota-se a grande influência dos processos
históricos como formadores dos pilares econômi-
cos de cada um; no caso específico de Juazeiro e
Petrolina, o determinismo geográfico preponderou:
sol quase o ano inteiro, solos férteis e água abun-
dante proveniente da irrigação transformaram um
“semideserto” em um oásis.
Algumas características poderiam ser notadas
nas regiões, como a grande quantidade de traba-
lhadores na informalidade e sem capacitação pro-
fissional, principalmente no polo de Caruaru, onde
a maioria da produção é doméstica e de pequenas
cooperativas.
Em Juazeiro do Norte, a visita dos romeiros é
muito significativa para economia local, pois acon-
tecem em todos os períodos do ano com desta-
que para os meses de março e junho, nascimento
e morte respectivamente do homem considerado
santo. A população menos favorecida abastece o
mercado do subemprego na venda de produtos re-
lacionados com os festejos religiosos.
No polo fruticultor, onde a produção predomina
o ano inteiro, os trabalhadores passam por capa-
citação para manejar corretamente o cultivo das
frutas que, na sua maioria, são exportadas e/ou
abastecem o Centro-Sul do Brasil.
Assim, pode-se concluir esta análise com um
destaque para a necessidade de se amenizarem as
disparidades econômicas regionais, sociais e seto-
riais presentes na Região Nordeste. Necessidade
esta que se faz urgente, pois é uma área do Brasil
que reúne mais de 30% da população e, ao mesmo
tempo, apresenta o menor Índice de Desenvolvi-
mento Humano do país (INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E ESTATÍTICA, 2011).
Há um enorme potencial de mercado e gigantes-
cos recursos naturais que podem ser aproveitados
em prol da população nordestina.
O que se destaca como mazela para o Nordeste
é a falta de atuais lideranças políticas nacionais que
estejam elaborando propostas destinadas a atender
aos dispositivos constitucionais que visem à redu-
ção das disparidades regionais e locais.
Urge, portanto, uma (re)organização de alguns
segmentos da sociedade brasileira, particularmente
do Nordeste, para que proponham ações conjuntas,
inovadoras e criativas a partir da crença na capacida-
de regional de organização, produção e articulação.
Pelas suas enormes potencialidades e riqueza
cultural e inteligência de seu povo, a Região Nor-
deste é viável economicamente e, por isso, pode
ajudar muito mais o Brasil a fomentar e a desenvol-
ver a economia, tornando-o competitivo no contex-
to globalizado. Carece, dessa forma, reivindicar do
governo federal políticas efetivas articuladas com os
governos estaduais, a fim de ampliar seu papel no
processo de desenvolvimento econômico integrado.
REFERÊNCIAS
CARUARU AGORA.
Casal de assaltantes é preso agindo
dentro do Moda Center em Santa Cruz do Capibaribe
. 2012. 1
foto: color. Disponível em: <http://caruaru2014.blogspot.com.
br/2012/07/casal-de-assaltantes-e-preso-agindo.html>. Acesso
em: 3 out. 2012.
CORRÊA, Roberto Lobato; SANTOS, Milton.
Trajetórias
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Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. 302 p
.
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[Anais…]
Bananeiras, PB: UFPB, 2006.
FERREIRA, M. O.; VASCONCELOS, K. S. L. Estimativa de
demanda pela formalização da economia informal no Agreste
Pernambucano: uma aplicação do método de valoração