Página 167 - A&D_v23_n3_2011

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Aléssio Tony Cavalcanti de Almeida, Paulo Fernando de Moura Bezerra Cavalcanti Filho
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.633-652, jul./set. 2013
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da empresa, independentemente do setor de atua-
ção, e, na terminologia evolucionária neo-schumpe-
teriana, é decisiva para a sua sobrevivência. Dessa
forma, os resultados da regressão, considerando-
-se tal causalidade, apontam duas direções de aná-
lise: 1) a eficiência competitiva do esforço inovativo
do período corrente não se mostrou determinante
para o crescimento corrente; 2) a eficiência
( )
-1
*
defasada de um período sobre o crescimento do
market share
do período corrente mostrou um efeito
positivo com significância estatística. Assim, pelas
estimações realizadas, o ganho competitivo e a
maturação das inovações desenvolvidas geraram
resultados decisivos, no prisma regionalizado, para
a obtenção de maior parcela de mercado no setor
industrial com um período de defasagem. Portanto,
-1
*
aumentou, em média, 0,091 a taxa de cresci-
mento do
market share
industrial nos estados no
período
t
.
CONCLUSÕES
Este estudo teve como escopo central duas
questões relevantes sobre o setor industrial: 1) ana-
lisar a eficiência do esforço em inovação tecnoló-
gica das indústrias extrativas e de transformação;
2) examinar a existência de relação entre as loca-
lidades que obtiveram maior eficiência competitiva
em inovação ante os ganhos de fatias de mercado
do setor. Esses objetivos estão ancorados na im-
portância da inovação para a competitividade das
firmas num cenário de sobrevivência, medidos em
termos de variação do
market share
.
Os resultados iniciais da pesquisa deram ênfa-
se na caracterização do setor industrial no Brasil
no período comtemplado pelas Pintec 2000, 2003,
2005 e 2008, que são as bases de dados principais
do artigo. A desconcentração geográfica do setor
industrial captada pelo coeficiente de Gini ocorreu
com mais intensidade no aspecto quantitativo de
firmas industriais do que em termos de rentabilida-
de. De toda forma, nota-se uma tendência tímida
de melhor distribuição regional do setor industrial
ao longo do território brasileiro.
Quanto ao desempenho relativo da eficiência
dos recursos empregados em atividades inovati-
vas, percebe-se que, em média, ocorreu uma ele-
vação desse índice ao longo do intervalo de tempo
pesquisado, contudo a variabilidade (ou heteroge-
neidade) ampliou-se em especial em 2008, quando
o estado do Pará obteve uma supereficiência de
638,6%, o que amplificou o desvio-padrão da efici-
ência entre as DMU.
Uma análise atraente da técnica DEA para men-
suração de desempenho é a sugestão de ajustes
que sinalizam como as unidades ineficientes podem
melhorar seus escores. As metas de ajustes na
perspectiva dos
outputs
, para as DMU
tidas como
ineficientes, centraram-se ao longo dos anos na am-
pliação das receitas. Como as metas foram audacio-
sas, acima de 80% a.a., e dada uma série de fatores
que afetam a rentabilidade das firmas que estão fora
de seu controle, torna-se mais relevante e prático
capturar as recomendações baseadas nas DMU de
referência, no lado dos insumos destinados às ati-
vidades de inovação. Dessa maneira, nota-se que
o resultado de maior destaque é a alteração inter-
temporal de comportamento das despesas internas
em P&D (X1) e das aquisições de conhecimentos
fora da empresa (X2); é como se as recomendações
técnicas indicassem a necessidade de realocar os
recursos na direção de X1 para X2.
Por fim, a análise econométrica diagnosticou
que a eficiência do esforço inovativo, medida em
termos do desempenho médio (variável chama-
da de eficiência competitiva do esforço inovativo),
mostrou-se importante para a ampliação do cresci-
mento do
market share
industrial nos estados. Não
obstante, os ganhos de tal eficiência na dimensão
estadual só se fazem sentir com defasagem de um
período de tempo. É válido realçar que os resulta-
dos apresentados neste estudo precisam ser leva-
dos em conta, mas com a devida cautela, uma vez
que os dados utilizados estão agregados em nível
de unidade federativa.