Página 160 - A&D_v23_n3_2011

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Gastos em inovação na indústria brasileira e os efeitos sobre o
market share
regional
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Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.633-652, jul./set. 2013
em termos quantitativos de empresas industriais ao
longo território nacional, da Região Sudeste para as
demais localidades.
Apesar dessa mudança na composição regional
das indústrias, nota-se que uma questão relevante
diz respeito a se tais alterações também podem ser
sentidas na dimensão da rentabilidade das empre-
sas nas localidades que ampliaram sua participa-
ção. Outra questão é identificar se o crescimento
no número de indústrias fora do Sudeste foi acom-
panhado em igual proporção por ganhos de recei-
ta. Desse modo, a Tabela 4 apresenta o peso das
receitas das indústrias no âmbito regional.
Em termos gerais, a redução na receita das
indústrias paulistas em 9% mostra-se consistente
com a diminuição do número de empresas no pe-
ríodo, que foi de 8,4%. Contudo, os aumentos das
receitas industriais do Norte (10,9%) e do Nordeste
(1,7%) cresceram num patamar inferior ao incre-
mento de firmas na região. A informação que mais
chama a atenção da Tabela 4 é o fato de que no
Sudeste (à exceção de São Paulo), diferentemente
da redução no número de firmas entre 2000 e 2008
(-1,4%), os estados do Rio de Janeiro, Belo Hori-
zonte e Espírito Santo no agregado apresentaram a
maior evolução na receita industrial no país (14,7%).
Na literatura nacional existe uma série de estu-
dos que tratam da concentração industrial no Bra-
sil em diferentes momentos da história recente do
país
9
. Bonelli (1980) estuda o comportamento de
tal concentração com ênfase na década de 70, in-
cluindo na análise o coeficiente de Gini para medir
a concentração agregada no país. Segundo esse
autor, o grau de concentração industrial no país en-
tre a década de 50 e 70, mensurada com o índice
de Gini para a totalidade de firmas industriais, teve
um crescimento de 14% entre as décadas de 50
e 70. Nesse contexto, para corroborar a ideia da
9
Trabalhos como, por exemplo, os de Lautert e Araújo (1994) e de Feijó,
Carvalho e Rodriguez (2001) discutem a questão da concentração indus-
trial no país num período de tempo mais recente do que Bonelli (1980).
Ano 2000
Ano 2008
Gráfico 2
Proporção do total de indústrias por região e pelo estado de São Paulo nos anos 2000 e 2008
Fonte: Elaboração própria a partir da PINTEC/IBGE.
Tabela 4
Peso das receitas industriais na perspectiva
regional entre 2000 e 2008
Região/UF
2000
Receita
2008
Receita
Variação
(2008-2000)
Centro-Oeste
2,1%
2,2%
3,0%
Nordeste
5,7%
5,8%
1,7%
Norte
4,0%
4,4% 10,9%
Sudeste (excl. SP)
23,6%
27,1% 14,7%
São Paulo
47,6%
43,3% -9,0%
Sul
17,0%
17,2%
1,1%
Fonte: Elaboração própria a partir da PINTEC/IBGE.