Página 156 - A&D_v23_n3_2011

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Gastos em inovação na indústria brasileira e os efeitos sobre o
market share
regional
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Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.633-652, jul./set. 2013
unidades organizacionais semelhantes, ao ponde-
rar a razão entre
outputs
e
inputs
, gerando um único
indicador de eficiência para cada DMU. A eficiência
será tanto maior quanto mais elevado for o
output
para uma dada quantidade de recursos,
ou quanto
menores forem os insumos para uma determinada
quantidade de produto
.
As vantagens do uso dessa
técnica para o cálculo de eficiência seriam as se-
guintes: múltiplos insumos e produtos podem ser
utilizados na função de produção; forma funcional
flexível, e identificação das unidades de referência
(ou
benchmark).
De modo geral, o debate sobre mensuração
empírica da eficiência produtiva a partir da estima-
ção da superfície linear convexa iniciado por Far-
rel (1957) não havia ganhado muito destaque na
literatura até a publicação, aproximadamente, duas
décadas depois do trabalho de Charnes, Cooper
e Rhodes (1978), que propuseram uma formulação
matemática mais geral para o cálculo da eficiên-
cia, no qual tal método ficou conhecido como
Data
Envelopment Analysis
(DEA). Essa formulação foi
logo estendida para o caso de retornos variáveis de
escala (VRS) por Banker, Charnes e Cooper (1984),
pois, na primeira versão em 1978, o modelo admitia
rendimentos constantes de escala (CRS).
Como os modelos básicos da técnica DEA res-
tringe o escore de eficiência ao limite inferior (zero)
e ao superior (um), Andersen e Petersen (1993) pro-
puseram uma versão modificada do modelo, conhe-
cida como Modelo com Supereficiência (MSE), que
possibilita um melhor ranqueamento. Para esses
autores, o escore de eficiência nessa versão reflete
a distância radial da DMU
i
em relação à fronteira
de produção estimada sem a participação da DMU
i
, com isso o escore de eficiência pode variar de
zero ao infinito. A Figura 1 exemplifica a ideia da
supereficiência.
A Figura 1 mostra que, ao considerar a fronteira
técnica
, a unidade P é ineficiente e a unida-
de D é tecnicamente eficiente (escore igual a um),
pois produz o máximo possível, tendo em vista os
insumos disponíveis. No caso do escore de supere-
ficiência, a DMU D sob avaliação não participa da
definição da fronteira, de modo que a sua eficiência
técnica
agora pode ser maior que a unida-
de. Nesse caso, a DMU D seria supereficiente, pois
como ela se localiza acima de
, o seu escore
Tabela 2
Descrição dos dados candidatos para avaliação da eficiência das inovações
Tipo
Variável
Sigla
Fonte
INPUT
Esforço inovativo
Despesas nas atividades internas de Pesquisa e Desenvolvimento
X1
PintecC
(2000, 2003,
2005 e 2008)
Aquisição externa de Pesquisa e Desenvolvimento e de outros conhecimentos
X2
Outros dispêndios realizados nas atividades inovativas
X3
OUTPUT
Resultado inovativo
Empresas que implementaram inovações com depósito de patentes
Y1
Firmas com projetos incompletos e/ou abandonados*
Y2
Receita líquida de vendas (em mil R$)
Y3
* Este output entra invertido no MSE-DEA.
Fonte: Elaboração própria.
Figura 1
Mensuração da eficiência técnica e da
supereficiência
Fonte: Elaboração própria.