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Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 3, p.495-507, jul./set. 2013
495
Bahia
análise & Dados
O Nordeste presente
de Rômulo Almeida
Diante do oportuno interesse de pesquisadores e homens públicos pelas ideias
e ideais deRômulo Almeida, no ano que antecede seu centenário, a
Bahia Aná-
lise & Dados
, neste número dedicado ao Nordeste, publica a palestra Suges-
tões para um Novo Modelo de Desenvolvimento do Nordeste, proferida por ele
em1982, por ocasião do recebimento do título de doutor
honoris causa
concedi-
do pela Universidade Federal do Ceará. Odiscurso se revela surpreendemente
atual e está sendo publicado com introdução do professor Fernando Pedrão.
Rômulo Barretto Almeida (Salvador, 18/8/1914 – 23/11/1988), bacharelou-se
pela Faculdade de Direito da Bahia em 1933. Aprovado por concurso no De-
partamento Administrativo do Serviço Público (DASP), em1944, integrou várias
comissões e participou como delegado brasileiro da primeira reunião do Acor-
do Geral sobre Comércio e Tarifas (GATT), em 1947.
Como assessor econômico do presidente Getúlio Vargas (1951-1954), criou, com sua equipe, instituições como a Pe-
trobras, os planos que serviram de embrião para a Eletrobras e o Banco do Nordeste do Brasil, do qual foi o primeiro
presidente. Participou da elaboração do Plano Nacional do Carvão, da redação do projeto de criação da Superintendên-
cia do Plano de Valorização Econômica da Amazônia, entre outras ações. Foi secretário-geral da Associação Latino-
-Americana de Livre Comércio (1961-1962) e membro do Comitê dos Nove da OEA (1962-1967).
Representou a Bahia no processo de criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste e elaborou o
projeto da Companhia de Energia Elétrica da Bahia. Foi Secretário da Fazenda da Bahia (1955-1957) seguindo como
vice-presidente da Rede Ferroviária Federal, a convite de Juscelino Kubitschek.
No período militar, atuou na Clan S.A. Consultoria e Planejamento, empresa que liderou, na elaboração de projetos para
o desenvolvimento econômico da Bahia e do Nordeste. O Polo Petroquímico de Camaçari surge de seu empenho pes-
soal nesse período. Nos anos 1970, firmou-se como crítico do regime militar e participou da redemocratização do país.
Na Bahia, criou e presidiu a Comissão de Planejamento Econômico (CPE), constituída emmaio de 1955. Como órgão de
estudo, planejamento, coordenação e controle, foi a primeira experiência institucional de planejamento noBrasil, sendo res-
ponsável pela realização de importantes estudos e projetos nesse estado. Como consequência dos seus bons resultados,
o governo transformou-a, em 1959, na Fundação Comissão de Planejamento Econômico, dando-lhe maior autonomia e
atribuindo-lhe novas finalidades. Nas décadas seguintes, a instituição passou por várias reformas e ganhou outras funções
e denominações. Em 1995, ocorreu a fusão entre a Fundação Centro de Projetos e Estudos (CPE) e a autarquia Centro
de Estatísticas e Informações (CEI), sendo criada a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
Ensinou em várias instituições, entre elas a Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade da Bahia. Em 1985,
assumiu uma diretoria do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social , onde permaneceu até a suamorte.