Página 67 - A&D_v23_n2_2011

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Sérgio R. Ayrimoraes Soares, Elizabeth Siqueira Juliatto, Grace BenficaMatos, Letícia Lemos de Moraes
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 2, p.335-347, abr./jun. 2013
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vulnerável. Para os municípios abastecidos por re-
servatórios, a avaliação é feita considerando-se o
volume atual do reservatório ante a demanda urba-
na do município, a fim de verificar a autonomia do
abastecimento. Para os municípios com captação
direta, a análise é realizada avaliando-se as va-
zões mínimas de referência em relação às deman-
das para determinar o grau de segurança hídrica
do abastecimento. Para os municípios em que os
reservatórios apresentam autonomia superior a
um ano e para aqueles em que a vazão mínima
de referência no ponto de captação é superior às
demandas urbanas atreladas ao ponto, os manan-
ciais são considerados satisfatórios.
A metodologia acima foi desenvolvida quando
da ocorrência de seca em 2012. No decorrer daque-
le ano até março de 2013, a classificação dos mu-
nicípios foi revista e, com foco na garantia hídrica
para o abastecimento urbano, decidiu-se trabalhar
com apenas quatro grupos:
Grupo 1 (G1) – sedes abastecidas por manan-
cial subterrâneo em situação satisfatória ou
com necessidade de novos poços;
Grupo 2 (G2) – sedes atendidas por adutoras
concluídas ou em fase final de conclusão (Adu-
tora do Feijão e Adutora do Algodão);
Grupo 3 (G3) – sedes com manancial superfi-
cial satisfatório (risco baixo ou intermediário de
vulnerabilidade hídrica);
Grupo 4 (G4) – sedes com manancial superficial
insuficiente (risco alto de vulnerabilidade hídrica).
RESULTADOS
Para cada município estudado, constam infor-
mações consolidadas no Atlas Brasil relativas à de-
manda, à população, a sistemas produtores atuais,
a resultados da avaliação dos mananciais e dos sis-
temas produtores em face do balanço entre oferta
e demanda de água, com horizonte referenciado
ao ano de 2015, e indicação das principais obras e
ações de gestão para o atendimento das demandas
até 2025 (Cartograma 2). O documento da ANA
também foi utilizado para a coleta de dados sobre
o GAD e as vazões mínimas de referência que sub-
sidiaram a análise dos mananciais superficiais.
Foram agregadas informações extraídas dos
boletins de monitoramento referentes aos reservató-
rios do Rio São Francisco e do Nordeste publicados
mensalmente pela ANA (BOLETIM DE ACOMPA-
NHAMENTO DOS RESERVATÓRIOS DO RIO SÃO
FRANCISCO, 2012; BOLETIM DE ACOMPANHA-
MENTO DOS RESERVATÓRIOS DO NORDESTE
DO BRASIL, 2012), que é responsável pelo monito-
ramento destes. Para este estudo, foram utilizados
os boletins emitidos em abril e novembro de 2012.
Os reservatórios desempenham relevante pa-
pel na gestão de recursos hídricos pela capaci-
dade de estocar água nos períodos chuvosos. O
volume armazenado contribui para a garantia da
oferta de água nos períodos de estiagem. De acor-
do com o documento Conjuntura dos Recursos Hí-
dricos no Brasil (2013), o Brasil possui 3.607 m
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de volume máximo armazenado em reservatórios
artificiais por habitante, cujo valor é superior aos
de vários continentes. O Cartograma 3 identifica
os principais reservatórios do Nordeste com capa-
cidade superior a 10 hm
3
. O acompanhamento da
situação dos reservatórios do Nordeste é realizado
pela ANA em articulação com os estados e os ór-
gãos responsáveis pela operação daqueles, com
acompanhamento mensal dos volumes ocupados
de um total de 254 reservatórios com capacidade
igual ou superior a 10 hm³, localizados em seis
estados da Região Nordeste: Ceará, Rio Grande
do Norte, Paraíba, Bahia, Pernambuco e Piauí.
Ao avaliar a evolução histórica do reservatório
equivalente (volume que representa os reservatórios
com capacidade de armazenamento igual ou supe-
rior a 10 hm³) dos estados do Nordeste (Cartograma
3), observa-se que, em maio de 2013, na Bahia fo-
ram registrados os menores volumes armazenados
nos açudes da região, dos últimos anos.
Uma síntese do resultado da avaliação dos muni-
cípios baianos é apresentada na Gráfico 3 conforme