Página 211 - A&D_v23_n2_2011

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BrunaMendonça, Dalvino Franca, Joaquim Gondim, Luis Preto
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 2, p.475-486, abr./jun. 2013
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à desertificação considerem a mudança do clima
como mais um vetor desse processo.
Nos fóruns internacionais, fica evidente a trans-
versalidade entre as agendas de desertificação e mu-
dança do clima, indicando a necessidade de serem
trabalhadas de forma integrada. Ambas passam ne-
cessariamente por promover medidas com vistas ao
aumento da resiliência e à redução da vulnerabilidade.
CONCLUSÃO
Embora não seja possível determinar de forma
assertiva o modo pelo qual a mudança do clima se
fará sentir no semiárido brasileiro, há indicações de
que seus efeitos promoverão a progressão da de-
sertificação e a redução da disponibilidade hídrica,
que são vulnerabilidades já identificadas e sobre as
quais é possível trabalhar no sentido de estabele-
cer “medidas sem arrependimento”. Estas medidas,
de forma geral, para o semiárido, são focadas em:
prevenir ou atenuar a degradação das áreas sus-
ceptíveis à desertificação; recuperar as áreas sus-
ceptíveis à desertificação e os solos já degradados;
garantir o acesso à água; informar constantemente
e sensibilizar a população diretamente afetada so-
bre os problemas da desertificação em todos os ní-
veis; melhorar o contexto social; combater a pobre-
za; melhorar a educação e as condições de saúde e
desenvolver a educação sobre a gestão sustentável
dos recursos naturais.
Apesar de existirem dados que indiquem ten-
dências de mudança de padrão de precipitação, o
que afeta a vazão dos rios e a taxa de abasteci-
mento dos aquíferos, fica latente a necessidade de
se obterem estudos mais regionalizados, uma vez
que os impactos da mudança do clima, inclusive
para o processo de desertificação, se farão pre-
sentes de forma peculiar para cada região ou bacia
hidrográfica. Recomenda-se, portanto, a realização
de estudos no âmbito de bacias hidrográficas que
demonstrem as tendências de alteração do padrão
de precipitação, da disponibilidade hídrica e da
demanda, de modo a orientar o planejamento e a
gestão dos recursos hídricos.
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