Página 191 - A&D_v23_n2_2011

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Samara Fernanda da Silva, Fernando Genz, Wilton Aguiar, Nara de Melo Dantas da Silva, Asher Kiperstok
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 2, p.461-473, abr./jun. 2013
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H(x) é então transformada em uma variável nor-
mal (valor final do SPI) por meio das equações:
para 0 <
H(x)
≤ 0,5 (Eq. 8)
para 0,5 <
H(x)
≤ 1,0 (Eq. 9)
sendo:
para 0 <
H(x)
≤ 0,5 (Eq. 10)
para 0,5 <
H(x)
≤ 1, (Eq. 11)
c
o
= 2,515517;
c
1
= 0,802853;
c
2
= 0,010328;
d
1
= 1,432788;
d
2
= 0,189269;
d
3
= 0,001308
Utilizando o SPI como indicador, uma delimita-
ção funcional e quantitativa da seca pode ser ins-
tituída para cada escala de tempo. O evento seca
começa quando o valor do SPI torna-se negativo e
atinge valor menor que -1 e termina quando este re-
torna a valores positivos. Assim, o evento seca tem
início e fim e, este período, caracteriza sua duração.
A intensidade da seca é atribuída ao próprio valor
máximo do SPI (Quadro 2) (MCKEE; DOESKEN;
KLEIST
,
1993).
Os valores do SPI adéquam-se a uma distribui-
ção típica normal e, por isto, pode-se esperar que
eles estejam dentro de um desvio padrão de apro-
ximadamente 68% do tempo (entre -1 e 1), dentro
de dois desvios padrão de 95% do tempo (entre -2
e 2), e para três desvios padrões em 99% do tempo
(entre -3 e 3). Uma interpretação relacionada seria:
que um SPI menor que -1 ocorra 16 vezes em cada
100 anos; que um SPI menor que -2 ocorra de duas
a três vezes em 100 anos, e que um SPI menor que
-3 ocorra uma vez em cerca de 200 anos (HAYES
et al., 1999).
Mckee, Doesken e Kleist (1993) mencionaram
que, quando a escala de tempo utilizada for peque-
na (poucos meses, por exemplo), o SPI move-se
frequentemente acima ou abaixo de zero e, confor-
me aumenta o período de análise (anos, por exem-
plo), o SPI responde mais lentamente a mudanças
na precipitação. Portanto, quando se aumenta a
escala de tempo, os períodos com índices negati-
vos e positivos tornam-se menores em número, po-
rém, mais longos em duração (MCKEE, DOESKEN;
KLEIST, 1999).
Neste trabalho, o SPI foi calculado para as es-
calas de tempo de 12, 24, 36 e 48 meses, sendo os
resultados discutidos quanto a intensidade, duração
e frequência dos eventos de seca.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos eventos de seca no estado da
Bahia foi realizada por meio do SPI, sendo, para
isto, utilizados os critérios de classificação apresen-
tados por Mckee, Doesken e Kleist (1993), os quais
classificam as secas em três categorias – modera-
da, severa e extrema, com base nos valores de SPI
(
(
(
(
(
(
(
(
SPI
Categoria
≥ 2,00
Chuva extrema
1,50 a 1,99
Chuva severa
1,00 a 1,49
Chuva moderada
0 a 0,99
Chuva incipiente
0 a - 0,99
Seca incipiente
-1,00 a -1,49
Seca moderada
-1,50 a -1,99
Seca severa
≤ -2,00
Seca extrema
Quadro 2
Valores do Índice Padronizado de Precipitação
(SPI) e categorias de seca ou de umidade
Fonte: Mckee e outros (1993).