Página 189 - A&D_v23_n2_2011

Versão HTML básica

Samara Fernanda da Silva, Fernando Genz, Wilton Aguiar, Nara de Melo Dantas da Silva, Asher Kiperstok
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 2, p.461-473, abr./jun. 2013
463
Brunini e outros (2001), confrontando valores
do SPI com os parâmetros do método do balanço
hídrico no estado de São Paulo, chegaram à con-
clusão de que o SPI permite realizar um apropriado
monitoramento e a quantificação da seca, possibili-
tando indicar soluções para minimizar seus efeitos
negativos, tanto sociais quanto físicos.
O estado da Bahia contém 54% da área semiári-
da da Região Nordeste e, por isso, está sujeito a se-
cas recorrentes. O objetivo deste trabalho consiste
em analisar os eventos de seca na Bahia por meio
da análise da variabilidade da série mensal do SPI.
METODOLOGIA
O método do SPI foi aplicado em 11 estações
pluviométricas, cada uma delas representante de
áreas homogêneas quanto à precipitação no estado
da Bahia, parte de Minas Gerais e do Espírito Santo
(bacias hidrográficas do Atlântico Leste), seleciona-
das conforme descrito a seguir.
Seleção das estações
Inicialmente foi solicitado à Superintendência
de Gestão da Rede Hidrometeorológica da Agên-
cia Nacional das Águas (ANA) o acesso à listagem
das estações pluviométricas contidas no Inventário
– Estações Pluviométricas. Estas foram então clas-
sificadas de acordo com a localização no estado da
Bahia, segundo as regiões características definidas
por Araújo e Rodrigues (2000) – Cartograma 1. Es-
sas regiões resultaram de uma adaptação do traba-
lho de Braga, Melo e Melo (1998).
As séries das estações separadas por área fo-
ram então classificadas quanto ao seu tamanho.
Pré-selecionaram-se aquelas que tinham 50 ou
mais anos de dados (total de 95 estações). Após se-
rem baixadas as séries via Hidroweb, as com mais
de 50 anos foram classificadas de acordo com os
anos de dados hidrológicos completos. Admitiram-
-se as estações com falhas inferiores a 10%.
Após essa etapa, para cada área homogênea
foi realizada a análise de correlação entre as esta-
ções com objetivo de preencher falhas e estender
as séries. Adotaram-se dois critérios para a seleção
das estações: 1) correlação linear superior a 0,8,
exceto para a área do Recôncavo em que foi utili-
zada correlação de 0,75, por falta de melhor resul-
tado; 2) séries com período mais extenso possível.
O Quadro 1 apresenta as estações selecionadas e
o período da série para cada área homogênea.
Com a reduzida quantidade de estações com
séries longas, a estação 01444017 – Faz. Porto Ale-
gre, apesar de estar no limite da área, foi escolhida
por ter boa correlação (R=0,83) com a estação da
Sudene de Bom Jesus da Lapa (01343013), que se
localiza na parte central da área, e por estar em
operação, o que permite a atualização dos dados.
Na Região Sul adotaram-se dois postos devido à
extensão da área e à diferente variabilidade tempo-
ral verificada. No caso da região de Minas Gerais,
as estações estão em bacias que abrangem área
do sul do estado, desaguando no litoral baiano. A
utilização de dois postos deveu-se à grande varia-
bilidade espacial da precipitação na área.
-9
-10
-11
-12
-13
-14
-15
-16
-17
-18
-19
-47 -46 -45 -44 -43 -42 -41 -40 -39 -38 -37 -36
Cartograma 1
Divisão climática adotada pelo Instituto Estadual
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – 2000
Fonte: Araújo e Rodrigues (2000).