Página 155 - A&D_v23_n2_2011

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Rafael Ranconi Bezerra, Anderson Paulo Rudke, Victor Nathan Lima da Rocha, Wesley de Souza, Nara Luisa Reis
Andrade, Dilson Henrique Ramos Evangelista
Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 2, p.425-435, abr./jun. 2013
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O Rio Jamari nasce na Serra dos Pacaás No-
vos, próximo à localidade de Catequeamã, com al-
titude média de 500 m e desemboca na margem
direita do Rio Madeira, cerca de 56 km a jusante do
município de Porto Velho (SANTOS, 1996).
A bacia do rio desenvolve-se no sentido norte-
-sul, com comprimento de 300 km e largura máxima
de aproximadamente 100 km (BRASIL, 1978). As
águas do Rio Jamari possuem características inter-
mediárias entre as águas preta e clara, segundo a
classificação de Sioli (1968).
Com relação aos recursos hídricos, a Bacia
do Rio Jamari tem grande significado econômico
para Rondônia por ter sido o local de instalação
do reservatório da primeira usina hidrelétrica do
estado, a Usina Hidrelétrica de Samuel, e servir
como importante via de transporte de passageiros
e cargas na região compreendida entre os muni-
cípios de Porto Velho e Ariquemes (NÓBREGA;
SOUZA; SOUSA, 2008).
Métodos empregados
No presente trabalho foram utilizadas séries
históricas de dados fluviométricos da estação nº
15430000 da Agência Nacional de Águas (ANA). A
estação contém dados de 1970 até 2005, no entan-
to foram utilizados somente dados de 1971 a 1989,
por não haver falhas nos registros de vazões diárias
e por ser um período anterior ao início de funciona-
mento da Hidrelétrica de Samuel.
Após o ajuste e o cálculo das vazões de refe-
rências, o ajustamento do modelo mais apropriado
pode ser realizado visualmente, comparando-se a
curva entre os pontos ajustados e os observados.
A partir disto pode-se estabelecer o índice de cor-
relação e determinação.
Vazão Mínima Q
7, 10
Para determinar a vazão mínima com duração
de sete dias em um período de retorno de dez anos
(Q
7,10
) foram aplicadas três distribuições estatísticas
distintas: a de frequência, a de Gumbel, descritas na
metodologia de Silveira, Moura e Andrade (2006), e
a de Log-Normal, descrita por Mendes (2007).
Para empregar as metodologias de distribuição
de dados foi necessária primeiramente a organiza-
ção dos dados da série histórica em ordem cres-
cente. Desta forma, a metodologia seguida baseia-
-se na média de sete em sete dias para cada ano e,
subsequente a isso, utilizam-se os menores valores
de cada ano para serem trabalhados nas metodolo-
gias de distribuição descritas abaixo.
Distribuição de frequência
A distribuição de frequência agrupa os dados por
classes de ocorrência, resumindo grandes séries de
dados. Esse método permite verificar a frequência
com que os valores se repetem ou são superiores a
um determinado evento. Desta forma, a Q
7
é deter-
minada através da probabilidade, na qual é possível
mensurar qual a possibilidade de ocorrer um valor
inferior ou superior a um valor estipulado. Para o
cálculo da probabilidade foi utilizada a equação 1.
Através desta metodologia, as vazões anuais
são colocadas em ordem crescente e, assim, atri-
bui-se uma ordem a cada uma das vazões anuais,
sendo as vazões de ordem 1 até 19.
(eq. 1)
Onde:
F(x)
– estimador da frequência;
N
– quantidade de anos da amostra;
m
– ordem da classe.
O período retorno foi determinado pelo inverso da
função de excedência,
1 – F(X)
, segundo a equação 2.
(eq.2)
Através da aplicação desta metodologia foi pos-
sível determinar o valor de vazão Q
7
esperada para
um tempo de retorno de dez anos.
Tr = 1 1–F(x)
F(x) = mN+ 1