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Pagamento por serviços ambientais: uma proposta paraa Bacia Hidrográfica do Rio Almada no sul da Bahia
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Bahia anál. dados, Salvador, v. 23, n. 2, p.383-396, abr./jun. 2013
posteriormente exportadas para o programa Micro-
soft Excel, a fim de receber o tratamento necessário
para análise e construção dos resultados.
A amostra utilizada no levantamento de dados,
ou seja, as quatro áreas selecionadas para realiza-
ção dos estudos, corresponde a 16% do tamanho
da BHRA, o equivalente a 25.190,31 ha divididos
em 360 imóveis visitados.
Quanto aos dados secundários, estes foram ob-
tidos de fontes oficiais, a exemplo da Agência Na-
cional das Águas (ANA), do Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento (SNIS), da Supe-
rintendência de Estudos Econômicos e Sociais da
Bahia (SEI) e do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). E, a partir da coleta, foram tra-
balhados em planilhas eletrônicas para a confecção
das análises específicas.
Para a montagem do modelo de PSA propos-
to, foram considerados os aspectos locais e as
propostas apontadas na literatura, a exemplo dos
trabalhos de Fasiaben e outros (2009), Maciel e
outros (2010) e Rodrigues e outros (2011). Tem-
-se também como instrumento para a elaboração
da presente proposta de PSA, a participação dos
autores em reuniões e eventos onde se discutiram
meios de elaboração de programas de PSA para a
Bahia. Destacam-se também, como instrumentos
colaboradores, a organização e a coordenação do
I Seminário sobre Pagamento por Serviços Ambien-
tais do Sul da Bahia
, realizado na cidade de Ilhéus
no ano de 2009.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Caracterizações do uso da terra e fundiária da
BHRA
Com utilização de imagens Landsat do ano de
2010 na escala de 1:50.000, verificou-se que existe
na BHRA a predominância do cultivo do cacau no
sistema cabruca, presente em 64,77% da área da
bacia, conforme demonstra a Tabela 1. O que já se
esperava, pois a bacia está localizada em municí-
pios da região sul da Bahia que formam a região ca-
caueira, caracterizada pela monocultura do cacau.
Nas visitas às localidades, verificou-se a exis-
tência do cultivo de cacau em altitudes superiores
à convencionalmente indicada, que é de até 600
metros de altitude. Foram identificados cultivos aci-
ma dos 700 metros numa região que tem altitudes
de até 1.100 metros, onde existem consideráveis
remanescentes de Mata Atlântica.
No presente trabalho, buscou-se também rela-
cionar os resultados apresentados na Tabela 1 com
Tabela 1
Distribuição das classes de cobertura e uso da terra na Bacia Hidrográfica do Rio Almada – 2010
Classes
Hectares
%
Floresta ombrófila densa das terras baixas
2.316,4
1,48
Floresta ombrófila densa submontana
7.457,3
4,76
Floresta ombrófila densa montana
2.628,6
1,68
Restinga arbórea
1.528,0
0,97
Manguezal arbóreo
155,7
0,10
Capoeira/Capoeirão (floresta ombrófila densa submontana alterada)
6.376,6
4,07
Capoeira/Capoeirão (floresta ombrófila densa montana alterada)
102,4
0,07
Área urbanizada
852,8
0,54
Sistema agrossilvicultural
5.231,3
3,34
Lavoura permanente (cacau)
101.575,7
64,77
Pecuária
27.706,0
17,67
Represas, lagos e rios
887,8
0,57
Total
156.818,6
100,00
Fonte: Elaboração própria a partir de imagens Landsat, 2010.