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Salvador-BA, domingo, 20/10/2013
Questão 06
de esquerda – só terá voz se esta for a dos que o
apoiam. E é esse o diferencial que a Internet pode
trazer à democracia. Ela pode permitir um sem-
fim de acessos, de contatos, de trocas.
Fábio Fernando Barbosa de Freitas, professor de Teoria, Filosofia
Política e Direitos Humanos na UFPB.
A internet, advogam os entusiastas, por propiciar
o acesso às informações, circulação instantâ-
nea e a interatividade on-line, tem um potencial
extraordinário para a construção da cidadania
e o fortalecimento da democracia. Entretanto,
a era da internet gerou também paradoxos. Em
relação à democracia, segundo o texto anterior,
um paradoxo seria:
a) eliminar o silenciamento do representado e
fortalecer a sua voz.
b) tornar o contato com as pessoas menos
corpóreo, mas fazer o outro mais presente do
que nunca.
c) a criação de uma sociedade individualista e
cada vez mais comunicativa.
d) a não existência da presença corpórea dos
representados não eliminar o fortalecimento
de suas vozes.
e) eliminar a presença, o corpo tangível,
degradar o tato e os sentidos, mas tornar
acessível o remoto.
A Internet e a informática não são apenas uma
invenção técnica. Constituem uma nova exten-
são do homem – como diria Marshal McLuhan.
Ora, uma nova prótese de nosso corpo e alma
não abre novas perspectivas às relações
inter-humanas?
Vejamos as coisas por aí. Só uma sociedade
individualista desenvolveria o fax, o e-mail, a
Internet com o fito de permitir às pessoas traba-
lharem em casa, eliminando um velho espaço de
socialização, que era o do local de trabalho. Os
contatos entre as pessoas ficam cada vez menos
corpóreos. Provavelmente, em médio prazo, isso
perturbará nossa sexualidade e nossa saúde.
Mas, ao mesmo tempo, a possibilidade de se co-
municar com o distante pode tornar o
outro mais
presente do que nunca
.
Este, o paradoxo: por um lado, o virtual elimina
a presença, o corpo tangível, degrada o tato e os
sentidos; por outro, ele torna acessível o remoto.
É claro que o acesso que ele proporciona é o da
representação, e não o da presença. Mas essa re-
presentação não é a mesma da política tradicio-
nal, marcada pelo silenciamento do representa-
do. A nova representação se fortalece com a voz
dos representados. O deputado tradicional, uma
vez eleito, queria esquecer e calar seus eleito-
res. O deputado militante e aguerrido de nossos
dias – em especial nos partidos progressistas,
As questões relacionadas à Linguagem vir-
tual também são muito comuns, porque ela
representa também um conteúdo proposto,
veja abaixo. Em 2011, foram sete questões;
em 2012, cinco. Os temas foram: hipertex-
to, impacto tecnológico, evolução digital e
Twitter, o texto eletrônico, a função de Sen-
dLater, os e-mails com hora programada, as
novas tecnologias e a informação, a internet
e o consumo e a oferta de livros e revistas.
Estudo dos gêneros digitais - Tecnologia da
comunicação e informação: impacto e fun-
ção social
- O texto literário típico da cultura
de massa: o suporte textual em gêneros
digitais; a caracterização dos interlocutores
na comunicação tecnológica; os recursos
linguísticos e os gêneros digitais; a função
social das novas tecnologias.
Questão 05 - Comentada
Professora Anya Moura
É fundamental que você, aluno,
perceba a intenção do chargista,
para responder corretamente à
questão. Observe que os cinco
primeiros quadrinhos apresentam
os confrontos entre policiais e
manifestantes, conforme o que
aconteceu nas manifestações
de 2013, aqui no Brasil. O último
quadrinho traz a opinião do autor
da charge: esses confrontos têm
sido negativos para o governo
brasileiro (os policiais representam
o poder) e para o país como um
todo (observe a bandeira nacional).
Vamos analisar as alternativas?
a) A estratégia não é baseada
nos anseios de todos os
interlocutores: construir
algo negativo para o Brasil.
b) Sim, o chargista apresenta
provas concretas, mas,
para convencer o leitor,
precisará levá-lo, também,
a raciocinar sobre as
consequências dos fatos
apontados. Somente as provas
concretas não convencem.
c) A ideia de gol contra, que
tornará o time perdedor,
no caso, o nosso país, é
bastante convincente, porque
soma os fatos concretos às
consequências. Por isso é
a alternativa verdadeira.
d) Não há o estabelecimento de
regras semelhantes para o
futebol e as manifestações.
e) Se houvesse um consenso em
relação ao que pensa o povo,
não haveria as agressões.