Página 7 - A&D_v23_n3_2011

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APRESENTAÇÃO
É
notório que, apesar do esforço governamental nos últimos anos no sentido
de alocar novos investimentos para a Região Nordeste, esta ainda é mar-
cada por grandes disparidades socioeconômicas, bolsões de pobreza,
secas persistentes e pouca integração com o resto do país.
Analisando-se o conjunto de elementos supracitados, pode-se inferir como entra-
ve ao desenvolvimento nordestino a pobreza estrutural, associada à recorrente falta
de chuvas na região, à baixa destinação de recursos públicos, assim como ao modo
e ao ritmo como ocorreu seu processo de urbanização. Do ponto de vista social, esse
entrave continua sendo um dos problemas mais marcantes.
No âmbito estritamente econômico, há problemas de diferentes ordens que
comprometem a ampliação da capacidade produtiva da região. Entre eles, pode-
-se destacar, como é corriqueiro nos estudos sobre o tema, a falta de investimento
em infraestrutura logística, o que resulta no aumento do custo de deslocamento e,
consequentemente, do custo da produção oriunda do Nordeste para outras partes do
país. Há ainda pouca integração entre os próprios estados que compõem a região,
além de um mercado de trabalho com alta taxa de informalidade e uma mão de obra
pouco qualificada e com baixa escolaridade.
Entende-se que sejam necessárias mudanças estruturais no campo da econo-
mia e da política para que se possa dotar a economia nordestina de um dinamismo
que altere o perfil distributivo regional. Essas mudanças devem ter a capacidade de
impactar a estruturação do seu mercado de trabalho; aumentar o emprego nas ativi-
dades agroindustriais e da agricultura familiar; ampliar e qualificar a infraestrutura de
transporte e energia; e atrair ou gerar condições para instalações de empresas que
produzam matérias-primas importantes para a cadeia produtiva e a consolidação das
indústrias produtoras de bens finais. Igualmente faz-se necessário o investimento na
produção de ciência e tecnologia, pela instalação e o fortalecimento das universida-
des, bem como de polos de tecnologia.
Cabe reconhecer que, mesmo apresentando problemas estruturais, o Nordeste
possui capacidade potencial para o desenvolvimento socioeconômico. Há algum tem-
po foi destinada uma série de investimentos produtivos à região, buscando-se pro-
piciar crescimento econômico em diversos setores de atividade. Nos de comércio e
serviços, destacam-se os expressivos empreendimentos turísticos; no industrial, hou-
ve ingresso de empresas de transformação que geram bens de consumo duráveis,
principalmente do setor automotivo. A agricultura intensiva e irrigada vem ganhando
espaço em muitas áreas da região, criando perspectivas positivas de ampliação da
produção interna e exportação de produtos de mais alto valor adicionado.
Foto: Zena Tomio_Ford